• 13 de outubro de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Aliança em apoio a Celina na disputa pelo GDF em 2026 começa a se desenhar nos bastidores

Aliança em apoio a Celina na disputa pelo GDF em 2026 começa a se desenhar nos bastidores

Aliança em apoio a Celina na disputa pelo GDF em 2026 começa a se desenhar nos bastidores
Foto: Divulgação/Ag. Brasília

O mês de outubro que está se aproximando daqui a nove dias traz consigo o marco de que vão faltar dois anos para as próximas eleições aqui no Distrito Federal. Muita gente pode dizer que ainda tem muito chão a se percorrer até 2026, no entanto, os bastidores da política brasiliense estão fervendo. Nesse contexto, já se avista no cenário que uma aliança está em formação para apoiar a candidatura da atual vice-governadora do DF, Celina Leão, do PP, à reeleição, pois considera-se que no período eleitoral ela estará no comando do Palácio do Buriti, uma vez que o atual titular do cargo de governador, Ibaneis Rocha, do MDB, deve sair para disputar uma das duas cadeiras ao Senado. A ‘Leoa’ tem recebido manifestações públicas de apoio de líderes partidários, parlamentares e lideranças de vários setores da sociedade civil. O próprio Ibaneis Rocha fez questão de anunciar antecipadamente que Celina é a sua candidata em 2026. A aliança em apoio a Celina na corrida pelo GDF começa a se desenhar nos bastidores. Além do PP, a ‘Leoa’ hoje já pode contar com o MDB, por questões óbvias, o PL e o Republicanos. O PSD e o PRD, que apesar de integrarem a base de sustentação política do governo Ibaneis na CLDF, ainda não sinalizaram claramente de que lado vão ficar. Possivelmente, outras legendas devem ingressar no projeto Celina 2026. Vamos acompanhar.

Republicanos deve ficar com a vice

Republicanos deve ficar com a vice
Fotos: Reprodução/Google Imagens

Nesse processo de construção de aliança para 2026, Celina Leão e Ibaneis Rocha já manifestaram que o Republicanos, partido que hoje tem uma senadora, três federais e um distrital, deve ficar com a vaga de vice na chapa majoritária. Um fator importante para que isso aconteça é o fato de que o PP, partido de Celina, e o Republicanos se unam numa Federação Partidária para atuar em conjunto em todo o País. Ou seja, PP e Republicanos ficarão juntos e misturados durante o período mínimo de quatro anos conforme estabelece a legislação eleitoral. Diante disso, Celina deve unir o útil ao agradável, uma vez que é de conhecimento de todos que o Republicanos sempre quis estar mais próximo do comando do Buriti. 

Entre os nomes que a legenda possui para formar par com Celina, o que tem mais força e moral junto ao atual governo é o do deputado federal Gilvan Máximo. O parlamentar é muito próximo do governador Ibaneis e está completamente alinhado com a ‘Leoa’. Além do mais, Gilvan é um dos principais responsáveis por ajudar o GDF na área da saúde. O projeto Saúde Mais Perto do Cidadão, que está percorrendo as cidades do DF levando serviços de saúde à população, conta com emendas do deputado. Apesar de Gilvan Máximo ter sido eleito com pouco mais de 20 mil votos em 2022, os outros dois nomes do Republicanos que poderiam ser indicados na chapa, não são da confiança de Ibaneis e nem de Celina. 

O deputado-apresentador Fred Linhares, que foi o mais votado entre os três federais eleitos, logo que assumiu o mandato, começou a dizer que seria o próximo governador. Além disso, por ser apresentador de um programa de TV e também de rádio, volta e meia ele critica o governo e coloca a opinião pública contra o Buriti. Outro nome seria o do deputado Julio Cesar. Porém, o parlamentar andou torrando seu filme com Ibaneis e Celina. Uma das principais incentivadoras da greve dos servidores da saúde pública do DF é sua assessora, o que gerou ainda mais dúvidas quanto à sua lealdade. E a senadora Damares Alves, não tem chance? Ela foi uma das primeiras a manifestar apoio a Celina Leão. Portanto, Gilvan Máximo se torna o único credenciado a ficar ao lado da ‘Leoa’. Politicamente, o Republicanos está bem aquinhoado no GDF. A legenda ocupa espaços importantes dentro da estrutura do governo. É improvável compor uma aliança para 2026 sem deixar de contemplar o Republicanos na chapa majoritária.

MDB e PL com as duas cabeças de chapa ao Senado

MDB e PL com as duas cabeças de chapa ao Senado
Foto: Reprodução/Google Imagens

Com a manifestação do governador Ibaneis Rocha de que deseja concorrer ao Senado Federal em 2026, uma das duas vagas na chapa de Celina é dele. Sendo assim, o MDB já estaria contemplado encabeçando uma das chapas ao Senado. A outra cabeça de chapa tende a ficar com o PL. Ainda não se sabe se a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou a deputada federal Bia Kicis, que comanda a legenda no DF, que vai ficar à frente da outra chapa ao Senado. Michelle tem a preferência, porém, como seu futuro político é incerto, pois uma hora se fala que ela vai concorrer à presidência da República para representar Jair Bolsonaro, depois surgem rumores que a ex-primeira-dama vai tentar uma das vagas ao Senado no DF e para embaralhar ainda mais o cenário, tem gente que diz que ela não sairá candidata a nada, fica o clima de expectativa nos bastidores. Diante de tantas incertezas, a federal Bia Kicis já avisou a seus apoiadores e correligionários liberais que se Michelle não se candidatar, ela será a indicada do partido. Como nas eleições de 2026 serão duas vagas a serem preenchidas no Senado Federal, além dos dois cabeças de chapa, será necessário indicar os suplentes, dois para cada vaga, o que pode vir a contemplar outras legendas dentro dessa aliança que está sendo composta.

Sem chance para terceira via

Sem chance para terceira via
Foto: Reprodução/Google Imagens

Nos bastidores, alguns líderes partidários cogitam a possibilidade de formar uma chapa como uma espécie de terceira via considerando que a disputa pelo GDF possa ficar polarizada entre direita e esquerda. Como os partidos da esquerda brasiliense ainda estão se engalfinhando para encontrar um nome que tenha potencial de votos e consiga fazer frente à ‘Leoa’, movimentações em torno de compor uma aliança de centro-esquerda estão ocorrendo silenciosamente, até mesmo com a participação de pessoas que tem espaço no atual governo. Não tem jeito, traíra sempre vai ter. Contudo, as chances desse pessoal viabilizar um nome forte são remotas. Caso consigam, será apenas para atrapalhar ou marcar posição, como fez o empresário Paulo Octávio na última eleição, que ao se candidatar ao GDF, tirou alguns votos de Ibaneis e quase houve um segundo turno. 

De cacique a curumim sem partido

De cacique a curumim sem partido
Foto: Divulgação/PL Nacional

Quem deve ficar de fora de qualquer chapa majoritária em 2026 deve ser o senador Izalci Lucas, do PL. O parlamentar na eleição passada disputou o GDF e ficou no quinto lugar, obtendo mais de 70 mil votos, o que representou uma grande derrota para ele e seu grupo. Com o fim da eleição em 2022, Izalci se movimentou com o objetivo de se reposicionar no cenário político. Passou a direção do PSDB para seu filho e ingressou no PL. O senador acreditou que pudesse entrar para o time bolsonarista e ficar controlando a sua ex-sigla. O plano não deu certo. Izalci, que era cacique, passou a ser um curumim, digamos que ‘sem partido’. No PL, o senador só terá espaço para disputar uma das oito cadeiras da Câmara dos Deputados. Ou, quem sabe, ele não mude de partido e seja o cabeça de chapa da tal terceira via de centro-esquerda. Na política, a gente pode esperar de tudo.

Líder sindical raiz

Líder sindical raiz
Foto: Reprodução/Google Imagens

Em meio aos movimentos grevistas dos servidores da saúde do DF, a atuação da presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues, em defesa da sua categoria resultou na sua prisão temporária. Os PMs que prenderam Marli a acusaram de desobediência às ordens dos agentes de segurança que estavam no Palácio do Buriti no momento da manifestação dos servidores. A detenção da dirigente ocorreu logo após os policiais usarem spray de pimenta para dispersar os manifestantes. Marli Rodrigues não titubeou e pediu aos agentes que respeitassem os servidores, os policiais, por sua vez, prenderam a sindicalista. Na avaliação de especialistas em segurança, a atitude dos PMs teve como objetivo tentar conter ânimos dos profissionais da saúde. O clima ficou ainda mais tenso. O SindSaúde-DF propôs ao GDF um reajuste salarial de 15%, o acréscimo de uma gratificação de R$ 2 mil e a redução dos padrões de 25 para 18. As negociações estão paralisadas. No entanto, Marli Rodrigues mostrou para alguns sindicalistas de Brasília, em especial aos da área da saúde, como é que se faz política sindical de verdade, sem defender interesses pessoais e sim de toda uma classe. Marli deu um belo exemplo do que é ser uma líder sindical raiz. 

Fake news sobre o aumento na CLDF

Fake news sobre o aumento na CLDF
Foto: Reprodução/Google Imagens

O tal suposto aumento para os deputados distritais pegou muito mal. Nas redes sociais choveram críticas contra a atitude dos parlamentares. Teve até vídeo com o presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz, do MDB, lendo rapidamente o projeto de lei que aprovou o reajuste salarial. O pessoal chegou a fazer chacota dizendo que os distritais aprovaram o aumento em 16 segundos. No entanto, o que os deputados fizeram foi adequar as normas da casa a um entendimento do Supremo Tribunal Federal que não foi deliberado e votado pelos deputados que aprovaram o atual reajuste em 2022, e não neste ano. Ocasionalmente, alguns desses distritais que votaram a favor desse aumento se reelegeram, outros não. Como as críticas recaíram sobre o presidente da CLDF, coube a ele lembrar dos tempos de bombeiro militar para conter as chamas da falsa notícia. Wellington rebateu críticas até do senador Cleitinho, do Republicanos-MG, que mesmo não sendo daqui, teve a audácia de querer emparedar os distritais nas redes sociais. Se o parlamentar mineiro esperava ‘lacrar’ por estas bandas, se deu mal. Wellington Luiz deu uma enquadrada magistral no senador das Minas Gerais. Como se diz: em boca fechada, não entra mosca. E o aumento dos distritais, não teve. Em tempos de internet, as fakes news circulam muito rápido, por isso, na dúvida é salutar conferir a veracidade da informação. 

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.  

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