• 24 de abril de 2024

‘PANDEMIA DOS NÃO VACINADOS’ | Alemanha atinge mais de 50 mil casos diários de covid-19 pela 1ª vez

Apesar de ser um país com economia sólida e desenvolvido, a Alemanha vem sofrendo com o crescimento do número de casos de covid-19 nos últimos dias e enfrenta a quarta onda da doença. Foram computadas 50.196 novas infecções pelo coronavírus no país em 24 horas informou nesta quinta-feira (11/11) o Instituto Roberto Koch (RKI), agência alemã de prevenção e controle de doenças.

A taxa de incidência dos últimos sete dias, método utilizado para medir o estado da pandemia no país, quebrou um novo recorde pelo quarto dia consecutivo, ficando em 249,1. Essa taxa aponta a quantidade de novos casos de covid-19 a cada 100 mil habitantes desse ciclo de dias.

Na segunda-feira, a taxa ficou acima de 200 pela primeira vez, em 201,1, e saltou para 213,7 na terça e 232,1 na quarta. De acordo com o instituto alemão, há uma semana, a incidência estava em 154,5, e a taxa quase quadriplicou em relação aos 66,5 registrados um mês atrás.

O RKI informou que foram contabilizadas nesta quinta 235 novas mortes relacionadas à covid-19. Há uma semana foram 165.

Situação dramática

Na quarta-feira (10), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, que em breve deixará o cargo, afirmou que a situação da pandemia no país é dramática e defendeu uma reunião com governadores o mais rápido possível, segundo seu porta-voz. Merkel também apelou por ações imediatas num vídeo divulgado nas redes sociais.

“Na Alemanha, infelizmente tenho que dizer que nossa taxa de vacinação não é alta o suficiente para impedir uma rápida disseminação do vírus”, disse. Até agora, 67,3% da população foi completamente vacinada.

“O RKI havia afirmado que qualquer taxa de vacinação da população abaixo de 75% estaria ligada a um crescimento exponencial [das infecções], com ocupação alta demais dos leitos de UTI”, prosseguiu a chanceler, afirmando serem necessárias, portanto, medidas para conter a alta de casos.

Vacinação estagnada

Assim como em outros momentos da pandemia, o país tem uma colcha de retalhos de regras regionais. A maioria das regiões restringe o acesso a grande parte dos espaços internos e eventos a pessoas vacinadas, recuperadas da covid-19 ou que testaram negativo para o coronavírus – sendo que esta última categoria já passou a ser excluída em algumas áreas. No entanto, as regras muitas vezes não são aplicadas com rigor suficiente.

Autoridades governamentais afirmaram diversas vezes que não pretendem impor lockdowns e, em vez disso, apelaram à população para que se vacine contra a covid-19. Diferentemente de outros países europeus, o governo tem se recusado a tornar a vacinação obrigatória para certas profissões.

Vários hospitais relataram nos últimos dias estar operando em seus limites, com as UTIs tão cheias de pacientes com covid-19 que não podem admitir mais pessoas. O hospital Charité de Berlim disse nesta semana que teve que cancelar cirurgias marcadas pois seu pessoal está ocupado com infectados pelo coronavírus. Autoridades afirmam que a maioria desses pacientes não foi vacinada.

Na semana passada, o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, afirmou que o país já entrou na quarta onda da pandemia de covid-19 e que, no momento, o país vive uma “pandemia dos não vacinados”.

Uma pesquisa recente aumentou essas preocupações, ao revelar que 65% dos não vacinados não pretendem receber a vacina contra o coronavírus nos próximos dois meses. Outros 23% afirmaram que “provavelmente não o farão”. Apenas 2% disseram que planejam tomar a vacina, mas ainda não conseguiram.

Com informações da DW – Deustche Welle

Foto: Divulgação/DW – Deustche Welle

Expressão Brasiliense

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