• 29 de abril de 2024

ELEIÇÕES 2022 | Moro entra na disputa presidencial se filiando ao Podemos, divide a 3ª via e já recebe ataques

Com um discurso de candidato à Presidência da República, o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro se filiou ao Podemos na quarta (10) perante um auditório lotado de aliados e admiradores num centro de convenções em Brasília. Recepcionado ao coro de “Moro, presidente!”, o agora político mexe com o tabuleiro da disputa ao Palácio do Planalto em 2022.

E o surgimento do ex-juiz como um possível candidato para presidente no cenário já começa a ficar perceptível aos olhos do eleitor brasileiro. Uma pesquisa divulgada pela Genial/Quaest, na quarta, aponta que Sérgio Moro já aparece em terceiro lugar, um ponto a frente do pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. Moro tem 8% e Ciro, 7. O chamado empate técnico. Nesse levantamento da Genial/Quaest, Lula tem 48% e Bolsonaro, 21.

Apesar de todo o frisson em torno da candidatura do ex-juiz, numa superficial análise de cenário, o partido pelo qual ele vai concorrer não tem força e nem capilaridade política para transformá-lo no candidato único da 3ª via. O Podemos terá dificuldades para atrair outros partidos para o seu projeto, principalmente, por ter uma atuação dentro do Congresso considerada contraditória. Uma hora, o partido está com a maioria. Em outra, quer ser independente. A legenda e seus parlamentares, nos bastidores, são considerados pelos outros líderes como ‘inconfiáveis’.

Primeiros ataques

Assim que a imagem do candidato Sérgio Moro ganhou as redes sociais, os primeiros ataques vieram. Ciro Gomes opinou em seu perfil no Twitter sobre a candidatura de Moro. Seus aliados, inclusive começaram o movimento #prefirociro.

Por parte da família Bolsonaro, somente o ’03’, deputado Eduardo Bolsonaro, ainda no PSL, comentou a entrada do ex-juiz para a política. Ele postou no Twitter que Moro é “odiado pela esquerda”.

Já o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que pretende lançar o senador Rodrigo Pacheco (MG) como candidato do partido para presidente, descartou em entrevista a possibilidade de aliança com Sérgio Moro. “Eu acho que o perfil vencedor será aquele que representa a união do País, a pacificação, o compromisso com a solução dos problemas da saúde, em especial com essa questão da pandemia, e a melhoria na educação pública”, disse o dirigente.

Dispostos a conversar

No entanto, nem tudo está perdido para o ex-juiz da Lava Jato, operação que o projetou nacionalmente e internacionalmente. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, sinalizou que pode haver uma aproximação com Moro, mas só depois das prévias. Eles conversaram na semana passada por telefone.

O deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL e futuro comandante do União Brasil, fruto da fusão do seu partido com o DEM, indicou que pode sentar com Moro, porém, adiantou que há um projeto em andamento.

“O MDB, o PSDB e o União Brasil estão juntos para montar uma candidatura de terceira via. Se o Sérgio Moro quiser entrar nesse bloco também, a gente vai discutir em conjunto”, argumentou Bivar. “Não existe veto.”

Já Roberto Freire, presidente do Cidadania, declarou que o ex-juiz pode ser uma opção. Contudo, Freire fez um alerta sobre a tal dianteira do ex-juiz em relação a outros nomes do grupo da terceira via não necessariamente vai se manter no ano que vem. “Qual o cenário de 2022? Pesquisa agora é uma fotografia de um processo que mal se iniciou”.

Com informações da Agência Estadão Conteúdo

Foto: Reprodução/Google Imagens

José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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