José Fernando Vilela O anúncio da filiação da ministra Damares Alves ao partido Republicanos na próxima semana mexe com o tabuleiro do jogo político da capital federal. Damares tem a intenção de concorrer ao Senado pelo DF e não mais pelo Amapá como vinha sendo especulado pela imprensa nos últimos meses.
A movimentação de Damares em querer disputar a única vaga ao Senado nas eleições deste ano faz com que ela se torne uma ameaça para a sua colega de Esplanada, a ministra Flávia Arruda, do PL. A esposa do ex-governador do DF, José Roberto Arruda, também do PL, é pré-candidata ao Senado.
Desde o fim do ano passado, Flávia Arruda e seu grupo político estão se preparando para o embate eleitoral visando chegar no período da campanha com força máxima e garantir assento no plenário do Senado. Porém, com a entrada de Damares Alves no circuito é possível que tudo o que foi planejado vá para o ralo.
Considerada uma ‘bolsonarista raiz’, a ministra Damares representa bem os ideais e posicionamentos políticos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, do PL. Se perguntarem para 10 bolsonaristas do DF se preferem Damares Alves ou Flávia Arruda concorrendo ao Senado, com certeza, a pastora ganha de lavada da deputada.
Desde o começo da noite de sexta (25), muitos bolsonaristas da capital federal vibraram com a possibilidade de ter Damares como candidata do presidente ao Senado. Recentemente, Bolsonaro disse durante uma live quais de seus ministros iriam participar do pleito eleitoral deste ano. Na ocasião, ele citou os nomes das duas ministras, porém, Damares Alves estava cotada para se candidatar ao Senado, mas ainda pairavam dúvidas se iria concorrer pelo Amapá.
Apesar de nunca ter participado de uma eleição, Damares Alves tem reais chances de se eleger pelo DF. A então ministra tem como base eleitoral as igrejas e congregações do segmento evangélico, grupos políticos ligados ao ativismo social e contará com o apoio maciço dos bolsonaristas.
Caso a articulação de ter Damares como candidata ao Senado pelo Republicanos prospere, a deputada Flávia Arruda terá que mudar seus planos abruptamente e correr contra o tempo. Quem sabe Flávia não se encaixe na chapa do emedebista Ibaneis Rocha como sua vice, é possível. No pior dos cenários, Flávia Arruda pode concorrer à reeleição e tentar novamente em 2026 chegar ao Senado ou ao Buriti, que é o grande sonho de seu marido.
Por enquanto, temos que aguardar as próximas mexidas no tabuleiro para saber em que posição cada jogador vai se encaixar. Pelo visto, a chapa de Ibaneis só tem ele mesmo até o momento. Ainda faltam definir as desejadas vagas para vice e Senado. O que se tem de concreto é que agora a fila aumentou.
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