Apesar do governo Bolsonaro tentar passar a imagem que está tudo sob controle em relação ao escândalo que envolve o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) eleito senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL), nos bastidores já é dado como certo que o tema entrará nas negociações das eleições das mesas diretoras do Senado Federal e Câmara dos Deputados. Isso já está praticamente consumado.
O Poder Executivo tem manifestado que não irá interferir na disputa, porém, quem atua no meio político sabe que todo governante precisa do apoio do Congresso Nacional para poder ver suas propostas e projetos aprovados e fazer com que o eleitor perceba que estão entregando o que foi prometido durante a campanha.
Como o desgaste do caso de Flávio Bolsonaro está cada dia mais ligando o alerta no Palácio do Planalto, é possível que os respectivos postulantes aos cargos de presidentes do Senado e da Câmara estejam usando o fato como poder de barganha (cargos e indicações) junto a cúpula do governo federal no intuito de ter o que oferecer aos colegas em troca de votos.
A esperança e a expectativa de que Jair Bolsonaro faça um bom governo é grande. Porém, essa situação envolvendo Flávio e seu ex-motorista, o policial militar Fabrício Queiroz, já está fazendo com que muitos passem a ver o governo do capitão-presidente com certa descrença, ainda mais com a grande mídia repercutindo o caso insistentemente.
Na Esplanada e no Congresso, o tema está sendo tratado com muito cuidado, receio e tensão. Alguns falam abertamente e outros preferem o silêncio com medo de represálias. Já os defensores de Bolsonaro e sua família estão a postos, pronto para defende-los. O clima não é dos melhores entre os militares preocupados com a situação e as negociações para o comando das duas casas legislativas estão a todo vapor. Outra preocupação é que o presidente estará recém-operado devido a cirurgia para retirar a bolsa de colostomia que está prevista para o dia 28 de janeiro e as eleições no Congresso Nacional devem ocorrer no dia 1º de fevereiro conforme estabelece os regimentos das duas casas.
É possível que para solucionar o problema, o governo tenha que ceder de um lado para poder ganhar no outro se é que dá para entender. Vamos esperar para ver.
José Fernando Vilela
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