• 17 de maio de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Flávio Dino é criticado por petistas por não ter agido durante as invasões

Flávio Dino é criticado por petistas por não ter agido durante as invasões 

Foto do ministro Flávio Dino
Foto: Reprodução/Google Imagens

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, vem sendo muito criticado nos bastidores, principalmente pelos ‘companheiros’ do PT por não ter agido durante as invasões às sedes dos Três Poderes da República no domingo passado, dia 8 de janeiro.

Para a ‘companheirada’, o pessebista maranhense foi municiado de informações privilegiadas pela estrutura de inteligência do governo federal quanto aos riscos das manifestações anunciadas pelos bolsonaristas e deixou a coisa acontecer para aparecer em meio a toda confusão como salvador da pátria.Tem gente reclamando que Dino está tendo mais holofotes que o presidente Lula. 

Ciente das críticas e do ti-ti-ti nos bastidores, Flávio Dino encontrou uma forma de responder os ‘companheiros’ usando os adversários políticos sem se dirigir diretamente a eles para não alimentar ainda mais o disse-me-disse. O ministro publicou um texto em suas redes em que reclama que a “direita golpista insiste no desvario que eu poderia ter evitado os eventos do dia 8”. Só que o pessoal entendeu o recado.   

Ofício confirma que Dino sabia de caravanas 

Um detalhe muito importante que pesa contra o ministro é que ele enviou um ofício ao GDF, na sexta, dia 7 de janeiro, às 19h58, informando que a Polícia Federal constatou a vinda de caravanas de ônibus para Brasília com pessoas ‘inconformadas’ com o resultado das eleições e solicitou que a Secretaria de Segurança Pública do DF bloqueasse, apenas, a circulação de ônibus, entre a Torre de TV e a Praça dos Três Poderes. Ou seja, o ministro não se opôs à circulação de pessoas na Esplanada dos Ministérios.

No documento, Flávio Dino informa a Ibaneis Rocha que as forças federais estavam monitorando a vinda dessas caravanas e que estaria pronta para agir imediatamente para resguardar o patrimônio da União. Por isso, os ‘companheiros’ insistem com a pergunta: Por que Flávio Dino não agiu? 

Portaria só para aparecer 

Além do ofício encaminhado ao GDF, outro fato que também contribui para o discurso dos petistas foi a publicação de uma portaria pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, um dia antes das manifestações previstas, autorizando o uso da Força Nacional entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, com a justificativa de que eles iriam atuar para proteger a ordem e o patrimônio público da União. Na prática, a portaria serviu só para Flávio Dino se exibir no noticiário.

Sabotagem no GDF e no Planalto

Foto de manifestantes invadindo o Planalto
Foto: Reprodução/Google Imagens

As investigações em curso sobre os atos de vandalismos e de depredação às sedes dos Poderes da República estão apontando que houve sabotagem ao esquema de segurança planejado para o dia 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios. As suspeitas de que houve uma ação orquestrada para gerar o caos na região Central da capital do País e criar uma situação que viesse a culminar num golpe de estado crescem à medida que as investigações avançam. Resta saber quem arquitetou a sabotagem tanto na esfera do GDF como na do Planalto. 

Afastamento sem legalidade 

Foto de Ibaneis Rocha com a faixa de governador
Foto: Renato Alves/Ag. Brasília

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em afastar o governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, na madrugada da segunda (9), ainda segue sendo contestada por juristas e ex-ministros da própria. Para operadores do direito, o ministro não tem competência legal para interferir nos trabalhos do Poder Executivo do DF. Na visão de muitos especialistas, a atitude de Moraes não foi correta e que para não ficar ainda mais feio para o ministro, ele deveria devolver os poderes a Ibaneis o quanto antes.

Até adversários defenderam emedebista 

Em meio a toda essa confusão, o governador Ibaneis Rocha conquistou apoios importantes. A saída temporária do emedebista do cargo levou entidades dos diversos segmentos da sociedade civil brasiliense, partidos políticos e parlamentares a se manifestarem contra a medida de Alexandre de Moraes. Até adversários políticos de Ibaneis saíram em sua defesa por entender que seu afastamento é ilegal. Todo mundo tem batido na tecla que Ibaneis Rocha foi eleito democraticamente e que o Judiciário está agindo para favorecer interesses de uma outra turma.

Celina prova lealdade 

Foto da governadora em exercício Celina Leão
Foto: Renato Alves/Ag. Brasília

Ao ser alçada para exercer interinamente o cargo de governadora do DF, Celina Leão, do PP, mostrou porque ela foi a escolhida para compor a chapa de Ibaneis Rocha. A leoa, como é chamada no meio político, está dando continuidade ao trabalho do titular e por onde tem passado, faz questão de frisar que está “dando prosseguimento ao planejamento elaborado pela equipe do governador Ibaneis”. Para os que estavam duvidando da lealdade da leoa é melhor se calar.

Cozinheiras do QG fugiram para não serem presas

Foto do acampamento do QG
Foto: Reprodução/Google Imagens

Assim que as ações para restabelecer a ordem na Esplanada dos Ministérios foram concluídas, o interventor federal, Ricardo Capelli, determinou que a outra ordem de Alexandre de Moraes fosse cumprida: Acabar com o acampamento dos ‘patriotários’ em frente ao QG do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Chegando nas proximidades do QG, a PMDF se deparou com uma barreira montada pela Polícia do Exército, a PE, com direito a tanque de guerra, bloqueando a via de acesso ao SMU.

Como a ordem era prender todos os ‘patriotários’, as cozinheiras do acampamento, que tiveram acesso a informações privilegiadas, antes mesmo da chegada dos PMs, não pensaram duas vezes e deram no pé com medo de serem presas. Quem passou pelo acampamento do QG nesses mais de quarenta dias em que eles estiveram no local, sabe muito bem quem eram as cozinheiras dos ‘patriotários’.

Magela reclamou e já tem seu lugar ao sol no governo Lula

Foto de Geraldo Magela
Foto: Arquivo/Expressão Brasiliense

Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) na capital federal, o ex-deputado e ex-secretário de Habitação do DF, Geraldo Magela, foi o único ‘companheiro’ do DF a ser chamado para um cargo no terceiro governo Lula. Porém, para conquistar o seu lugar ao sol, Magela teve que reclamar publicamente do então esquecimento. Na terça, ele divulgou um comunicado dizendo que não estava conseguindo ajudar ninguém que trabalhou na campanha do Lula no DF. Magela foi coordenador de campanha do presidente Lula na capital do País. No texto, o ex-deputado jogou a culpa nas direções regionais, pois as indicações estavam sendo feitas por lá. 

Dois dias depois de ter aberto o bico, Geraldo Magela foi contemplado com a vice-presidência de Governo da Caixa. Agora que está acomodado, a ‘companheirada’ quer saber se ele vai conseguir ajudar quem foi às ruas pedir voto para o presidente petista. 

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.

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José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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