Preso em regime domiciliar desde agosto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta nesta terça-feira (2) o julgamento mais decisivo de sua carreira política e pessoal. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, às 9h, a análise da denúncia que acusa Bolsonaro de ser o líder da organização criminosa que articulou uma tentativa de golpe de Estado após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Bolsonaro será julgado por quatro crimes graves: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; organização criminosa; e deterioração e dano qualificado contra patrimônio da União.
Se condenado em todas as acusações, as penas podem somar até 43 anos de prisão.
PGR aponta minuta golpista e pressão sobre militares
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro editou uma minuta golpista, tentou envolver as Forças Armadas no plano e incentivou a descredibilização do sistema eleitoral brasileiro. O movimento teria perdido força após a recusa dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica em aderir ao golpe.
Além do ex-presidente, sete aliados de peso também se tornaram réus no processo. Eles compõe o grupo que foi denominado como núcleo 1 da trama golpista. Veja quem são:
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Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ)
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Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
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Augusto Heleno, ex-chefe do GSI
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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator
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Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil
Expectativa no STF
O julgamento será conduzido por cinco ministros da Primeira Turma do STF, com relatoria de Alexandre de Moraes. Nos bastidores, a aposta é de condenação, mas a atenção está voltada ao voto de Luiz Fux, que já sinalizou divergências em decisões anteriores e pode destoar do relator.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e restrições de circulação desde julho, quando a Polícia Federal o implicou em novas investigações envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Futuro político em xeque
Além da possível prisão, Bolsonaro enfrenta o risco de ter seu futuro político sepultado. Já inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente pode ver suas últimas esperanças ruírem com uma condenação criminal.
Nos bastidores, aliados pressionam Bolsonaro a definir um sucessor para 2026. Os nomes mais cotados para herdar seu espólio político são:
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Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), governador de São Paulo,
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os filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro,
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os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO),
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além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Se condenado, o ex-presidente poderá cumprir pena em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Foto: Reprodução/Google Imagens
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