• 13 de outubro de 2024

CÚPULA DO FUTURO | Na sede da ONU, Lula cita ‘fracasso coletivo’ e falta de ‘ousadia’ de líderes mundiais para lidar com o desenvolvimento sustentável

Os objetivos traçados globalmente para um desenvolvimento sustentável caminham para se tornarem o “maior fracasso coletivo”, disse neste domingo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a chefes de Estado, citando ritmo lento de implementação de ações pelos países.

Em discurso na Cúpula do Futuro, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Lula ainda defendeu uma reforma de organismos multilaterais, argumentando que a Assembleia Geral da ONU “perdeu sua vitalidade”, o Conselho de Segurança “se omite diante de atrocidades” e o Sul Global não está representado de forma condizente com seu peso político e econômico.

O presidente disse ser inaceitável que o mundo regrida em temas como a igualdade de gêneros, a luta contra o racismo e outros tipos de discriminação ou que naturalize pessoas passando fome. Ele defendeu que os países não voltem atrás em compromissos multilaterais já firmados.

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornarem nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo”, afirmou.

Para Lula, os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro.

A Cúpula do Futuro antecede a Assembleia Geral da ONU, que começa terça-feira, e reúne lideranças globais para debater ações de reforço da cooperação entre países em áreas como sustentabilidade, democracia, tecnologia, segurança e governança.

No discurso, Lula afirmou que o Pacto para o Futuro, documento elaborado na reunião, trata de forma inédita temas como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional, destacando que o tema pode “recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial”.

A busca por uma renegociação de dívidas de países mais pobres e uma tributação global sobre bilionários estão entra as prioridades do Brasil na presidência do G20 neste ano. Lula ainda citou o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa brasileira à frente do G20.

(Agência Reuters)

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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