• 13 de outubro de 2024

Bolsonaro precisa começar a governar e parar de se preocupar com redes sociais

Por José Fernando Vilela

Passado o carnaval, está na hora do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), começar a governar de fato. O país precisa de mudanças pontuais como a reforma da previdência, tributária e até mesmo política, para voltar a crescer e passar credibilidade para os investidores a fim de eles possam voltar a acreditar no potencial do Brasil.

Algum assessor do presidente tem que explicar para ele que ocupar o cargo de chefe de Estado requer que se cumpra certas liturgias e não se exponha de maneira desnecessária como o episódio do golden shower. Bolsonaro já não é mais aquele deputado que precisava estar polemizando no Congresso para poder aparecer. A campanha já acabou, senhor presidente.

Outro coisa importante é que tudo que seus familiares fizerem, refletem em sua imagem. Há uma grande diferença entre o engajamento da primeira-dama na defesas de pautas como a da doenças raras e as manifestações nas redes sociais de seus filhos, Eduardo e Carlos. Aliás, os dois precisam seguir o exemplo do 01 que desde o escândalo do ex-motorista Fabrício Queiroz vem agindo de forma discreta e sem se meter nos assuntos do pai e do governo.

Portanto, é hora parar de agir intempestivamente e acertar a mão para poder fazer o que prometeu durante a campanha. Ou será se ele está achando que os parlamentares vão aceitar que a inclusão deles na reforma da Previdência vai passar com Bolsonaro e seus filhos pressionando-os nas redes sociais? Pela pouca experiência que tenho no meio político, afirmo com plena convicção que não passa.

O trato com o Congresso Nacional é a mesma coisa que pisar num campo minado. É preciso sempre dar um passo de cada vez e não se pode jogar para a plateia, pois os atores políticos odeiam vaias e piadas pejorativas e ofensivas. Só digo uma coisa: cuidado capitão, o jogo precisa ser jogado.

José Fernando Vilela é jornalista, blogueiro, radialista e botafoguense.

Foto: Google Imagens

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