Assumir a direção de uma instituição financeira em declínio nas suas operações financeiras e no mercado, não é uma tarefa fácil. Porém, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, vem mostrando que com muito empenho, força de vontade e capacidade, é possível mudar esse cenário. Na última sexta-feira, dia 4, Paulo Henrique participou de um encontro com blogueiros e jornalistas onde falou sobre seus planos à frente do banco e anunciou que o BRB está se preparando para o que ele, na sua visão, considera o maior desafio da instituição: operar o sistema de recarga de cartões do Transporte Urbano do DF, o DFTrans, extinto em julho deste ano.
Paulo Henrique Costa durante a entrevista disse que os números desde chegada revelam que o BRB está em crescimento. Nos próximos dias, o banco irá anunciar os dados do terceiro trimestre de 2019 que, apesar de não querer revela-los, o leve sorriso deixou evidente que são bons resultados para quem iniciou os trabalhos, em janeiro deste ano, com uma instituição que acabara de ser alvo de operações policiais.
Os resultados conquistados demonstram que Paulo Henrique, juntamente com os demais membros da diretoria do BRB, quer ampliar a atuação da instituição. Entre os objetivos estão a atuação como banco de fomento que consiste em aplicar seus recursos para a promoção do desenvolvimento não só do DF como da região Centro-Oeste, conceder linhas de créditos para o setor imobiliário, empresarial e produtivo, e melhorar os serviços do BRB, principalmente do ponto de vista tecnológico e da inovação, para os seus clientes.
Confira a entrevista do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, à blogueiros e jornalistas. O Expressão Brasiliense participou do encontro.
ATUAÇÃO DO BRB
Para Paulo Henrique Costa, o BRB precisa voltar a ser referência no mercado financeiro. Atualmente, a instituição financeira é um dos oitos bancos públicos que operam no país. O objetivo de Paulo Henrique é transformar o BRB em um banco forte e com cobertura em todo o território brasileiro. Para isso, a diretoria do banco quer melhorar os serviços oferecidos aos clientes, principalmente, no âmbito tecnológico.
“A marca do BRB sempre foi uma boa lembrança para aqueles que já realizaram seus sonhos ou por meio de um financiamento imobiliário ou para ajudar no crescimento de sua empresa. A nossa missão é resgatar esses valores”, disse Paulo Henrique.
Hoje o BRB possui 126 agências, quase 4,6 mil empregados e possui uma carteira de 620 mil clientes.
CRESCIMENTO
Os números deste ano apontam que o BRB saiu de uma linha decrescente e passou para a ascendente. No primeiro semestre deste ano, o banco alcançou lucro líquido de R$ 160,9 milhões, com uma evolução de 18,9% em relação ao mesmo período de 2018.
“Os resultados refletem o trabalho e o compromisso de todos os servidores do banco. Mudamos a política de relacionamento com os nossos clientes e melhoramos os nossos serviços”, apontou o dirigente.
O banco conseguiu resgatar 56% dos créditos dados como perdidos.
BANCO DE FOMENTO E REGIONALIZAÇÃO
Entre as novas metas do banco, Paulo Henrique destacou a ampliação da participação do BRB como um banco de incentivo ao desenvolvimento no Distrito Federal e também passar a atuar em outras praças da região Centro-Oeste. Além do DF, o banco está presente em Goiás com agências em Goiânia e outras cidades, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e São Paulo, e por meio do consórcio Brasil Central, opera no Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
“Nós temos que desmitificar que o BRB tem atuação limitada. Vamos atuar no microcrédito, crédito rural, crédito para infraestrutura e crédito habitacional. Estamos presentes nesses estados (citados acima) e vamos ampliar para outros”, destacou Paulo Henrique Costa.
O BRB quer também aumentar sua parcela de participação no Fundo do Centro-Oeste (FCO). Nos últimos anos, o banco reduziu a sua coparticipação no fundo que é gerido pelo Banco do Brasil.
SISTEMA DE BILHETAGEM AUTOMÁTICA (SBA)
A partir de novembro, o BRB passa a operar em caráter definitivo o Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) que era gerido pelo extinto Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Em julho deste ano, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu acabar com o órgão após inúmeras denúncias e operações policiais envolvendo servidores do DFTrans. Com isso, o BRB recebeu algumas atribuições do extinto órgão, sendo a principal deles, a recarga de cartões.
Para Paulo Henrique Costa, esse talvez seja o maior desafio que o banco terá pela frente. As constantes reclamações dos usuários do transporte público do DF em relação a tempo de espera no atendimento e eventuais falhas nos cartões sempre foram o “calcanhar de Aquiles” do setor. Com o BRB, a história será diferente. Hoje, existem 40 BRB Conveniência que já fazem a recarga dos cartões.
“A meta é oferecer um novo serviço aos usuários do transporte público. Estamos nos preparando para servir a população com qualidade e vamos dispor de produtos tecnológicos para isso”, explicou Paulo Henrique sem revelar muitos detalhes.
NOVOS PRODUTOS
Paulo Henrique Costa revelou que o BRB passou a oferecer novos produtos e já está colhendo os frutos. Ele citou o exemplo dos cartões voltados para o público feminino, o BRBCard Mulher. “As expectativas superaram os nossos objetivos. Tivemos que comprar mais plástico para poder atender o público. Passamos a oferecer também o cartão Infinite”, disse o presidente do banco.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
A imagem negativa de que o banco não dispunha de atendimento tecnológico adequado fez com que a atual direção do BRB não medisse esforços para melhorar seu atendimento. Segundo Paulo Henrique, os serviços oferecidos pelo banco por meio do seu site e o móbile (aplicativo do BRB) passaram a ter mais qualidade.
“Temos a maior rede de atendimento do Distrito Federal e não podíamos continuar oferecendo nossos serviços de maneira insatisfatória para os clientes. Hoje, o sistema de tecnologia e a nossa estrutura tecnológica estão estáveis”, observou o gestor.
BANCO SOB INVESTIGAÇÃO
Ao assumir o cargo de presidente do banco, Paulo Henrique Costa teve que promover uma limpeza nos quadros da instituição. A antiga cúpula do BRB sob a gestão do ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg, foi presa pela Polícia Federal em janeiro deste ano e é acusada de receber propina no valor de R$ 16,5 milhões para facilitar o acesso a recursos do banco para a investidora LSH Lifestyle, responsável por erguer o Trump Hotel, no Rio de Janeiro. O dirigente revelou que hoje o BRB participa do inquérito como assistente de acusação.
“Nós podemos garantir que tudo o que aconteceu será investigado. Se tiver culpados, que eles sejam punidos”, afirmou o presidente do BRB.
Por José Fernando Vilela
*É proibida a reprodução deste material (texto e imagens) sem prévia autorização do Expressão Brasiliense.