• 1 de maio de 2024

ELEIÇÕES 2022 | Enquanto Bolsonaro se cala, Lula diz que vai governar para todos

Até o momento, o candidato derrotado e atual presidente da República, Jair Bolsonaro, do PL, não se pronunciou sobre o resultado do segundo turno das eleições realizadas no domingo (30). Bolsonaro ainda não se manifestou e tudo indica que ficará em silêncio. Já o vencedor da disputa, o ex-presidente Lula, do PT, declarou que não existem ‘dois brasis’ e que vai governar para todos os 215 milhões de brasileiros.

O gesto de Bolsonaro reforça o discurso de seus adversários de que ele não tem postura para estar no cargo. Aqui no Brasil, após um pleito eleitoral dessa magnitude e que dividiu o País, tradicionalmente, o derrotado liga para o vencedor reconhecendo a perda e o parabeniza pela vitória. Mas, pelo visto, o capitão vai preferir sair pela porta dos fundos.

Nos bastidores especula-se que Bolsonaro vai deixar a missão de passar a faixa presidencial para o seu vice, general Hamilton Mourão, do Republicanos, que se elegeu senador pelo Rio Grande do Sul. Em Brasília, os comentários dão conta que a família Bolsonaro estará viajando no dia da posse de Lula.

Primeiro discurso

Já o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, vai assumir a presidência da República pela terceira vez. Em seu primeiro discurso após a vitória, o petista apontou os rumos do seu futuro governo. Lula disse que a eleição debateu dois projetos opostos, mas que o grande vencedor foi o povo brasileiro. 

“A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação”, ressaltou Lula.

Diferente de quando deixou o cargo em 2010, época em que quase 80% da população aprovava seu governo, Lula não venceu nas urnas por um placar com larga vantagem, o que demonstra que não é mais tão popular. A diferença entre Lula e Bolsonaro foi de 1,8%, o que equivale a 2.139.645 votos. Ou seja, o petista sabe que quase metade da população não queria que ele estivesse ali, porém, como o próprio falou, vai ter que fazer uma administração voltada para todos.

Lula também ressaltou que o Brasil precisa voltar a ser protagonista no mundo nas relações comerciais com outros países. Durante o discurso, ele observou que o verde e amarelo e a bandeira nacional não pertencem a ninguém e sim ao povo brasileiro. 

Repercussão pelo mundo

O retorno de Lula ao Planalto repercutiu pelo mundo afora. Ele recebeu os cumprimentos diretamente dos presidentes dos EUA, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron. 

Na América do Sul, Lula foi parabenizado pela vitória pelos presidentes da Argentina, Alberto Fernández, do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, e da Venezuela, Nicolás Maduro. Da Europa vieram cumprimentos do Reino Unido, Portugal, Espanha e Itália.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, parabenizou Lula e pediu apoio ao ‘amigo de longa data’. O petista também recebeu cumprimentos da China, Rússia, Índia, entre outros.

Transição 

O próximo passo de Lula deve ser a montagem da equipe de transição. O presidente eleito chegou a cutucar o adversário. “Será se ele vai fazer a transição?”, alfinetou o petista. Como Bolsonaro segue calado, ninguém sabe ao certo como será realizado esse processo de troca de informações entre quem sai e quem entra a partir do dia 1º de janeiro de 2023. 

De acordo com a legislação, a transição deve ser realizada obrigatoriamente e quem está no poder deve dar todas as condições de trabalho para quem está chegando, disponibilizando inclusive espaço físico e mobiliário para que a nova equipe assuma. 

Como Bolsonaro demonstra que não quer se encontrar com Lula, provavelmente, a transição se dará por meio de seus assessores mais próximos. 

Foto: Reprodução/Google Imagens

José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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