Para quem estava torcendo e vibrando com uma possível volta do ex-governador José Roberto Arruda, do PL, ao jogo político do DF, a decisão tomada pelo desembargador Ângelo Passareli, primeiro-vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), na manhã desta segunda (6), foi um balde de água fria. O magistrado indeferiu o pedido da defesa de Arruda que tentou suspender uma condenação contra ele por improbidade administrativa.
A derrota no TJDFT mantém o ex-governador fora da disputa ao Palácio do Buriti nas eleições deste ano como vinha sendo divulgado por seus apoiadores nos quatro cantos do DF. Os arrudistas passaram o último fim de semana fazendo festa e zombando da cara de quem está do outro lado afirmando que ‘Zé Roberto’ iria vencer a corrida ao GDF já no 1º turno.
Políticos e interlocutores do ex-governador contavam com mais uma vitória de seus advogados no TJDFT. Porém, com a decisão do desembargador Ângelo Passareli, que é conhecido no meio jurídico por sempre se posicionar de forma técnica nos processos em que atua, de rejeitar o pedido de efeito suspensivo de sua condenação, Arruda continua inelegível.
Em sua decisão, Passareli mencionou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já se posicionou sobre o tema no sentido de que a retroatividade de uma lei não se enquadra no caso do ex-governador.
Apesar das recentes vitórias na Justiça, Arruda dependia dessa decisão para poder se candidatar mesmo correndo o risco de ter que sair da disputa eleitoral na última hora. Segundo fontes próximas ao ex-governador, ele estava disposto a peitar a Justiça e se desse errado, jogar a esposa, a deputada Flávia Arruda, também do PL, na fogueira como fez com o saudoso médico e ex-deputado Jofran Frejat em 2014.
Arruda e seu grupo deve agora juntar os cacos e avaliar quais serão os próximos passos a serem dados. Dentro da base governista, a sensação de que o ex-governador iria romper com Ibaneis Rocha e entrar na disputa ao GDF estava sendo aguardada. O clima estava pesado, principalmente, porque Arruda e Flávia continuaram participando de eventos públicos ao lado do emedebista.
Diante desse novo cenário, como não houve nenhuma tratativa no sentido de acabar com a aliança, o mais provável é que a deputada Flávia Arruda prossiga como candidata de Ibaneis ao Senado em sua chapa. No entanto, se o marido da ex-ministra persistir com as investidas e articulações por debaixo dos panos, certamente, ela será substituída por Paulo Octávio, ex-vice de Arruda e aliado de primeira hora do governador Ibaneis Rocha.
Nesse jogo do xadrez político, as últimas mexidas no tabuleiro deixaram o emedebista numa posição bem confortável, pois agora é ele quem tem a chance de dar o xeque-mate no casal Arruda. Ou estão com ele ou pulam fora do barco. E agora, José?
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