Expressão Brasiliense A proprietária da oficina Meu Mecânico, Agda Oliver, se classificou como uma das dez finalistas da 7ª edição do Empretec Women in Business Awards (E-WBA). A premiação ocorrerá em dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e contará com a participação de mais 9 países, além do Brasil. A empresária tem a possibilidade de realizar um feito histórico, sendo a primeira brasileira a ganhar o evento promovido pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
A jornada como empresária começou há 12 anos, no Distrito Federal, quando largou a carreira bancária e decidiu empreender em um ambiente não convencional. Agda se formou em Gestão Empresarial no Centro Universitário do Distrito Federal (Uniplan) e, também, no curso Técnico em Mecânica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Enquanto aprendia a lidar com a parte administrativa em sua graduação, o curso técnico no SENAI possibilitou a entrada no mundo da mecânica.
“Quando eu fiz o curso, eu já sabia que iria abrir minha oficina. A ideia era realmente atuar na área e eu fiquei dois anos na função de mecânica. Eu mudei para a gestão da empresa, em seguida, e foi o que fez meu negócio crescer”, conta a empresária.
Para realizar o sonho de abrir a própria oficina, ela procurou o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) e fez o curso Empretec. Desde então, Agda conseguiu se estabelecer no mercado e ganhou reconhecimento.
A gestora recebeu, por dois anos consecutivos, o prêmio de Empreendedor Destaque de 2011 e 2012 e, em 2013, ganhou o prêmio Mulher de Negócios Nacional. As homenagens resultaram no crescimento do negócio em Brasília e, também, no âmbito nacional.
Cruzando fronteiras: do Brasil para o mundo
Já a premiação, que atualmente concorre, é uma forma de reconhecer os esforços de mulheres empreendedoras do mundo. Agda disputou com mais de 40 participantes de todo o país e foi uma das seis selecionadas do Sebrae. Os nomes foram enviados para Unctad e, após uma análise feita por especialistas e diversos testes, foi classificada como uma das dez finalistas. Nessa etapa, a mecânica concorreu com dezenas de mulheres de, aproximadamente, 40 países.
“É uma honra estar entre as dez finalistas, concorrendo com outras mulheres empreendedoras. O sentimento é de gratidão pelo reconhecimento do meu trabalho porque as pessoas não conseguem ver o quanto de esforço tem por trás de tudo. Isso mostra que vale a pena ter persistência e abrir mão de certas coisas. É gratificante”, destaca.
O processo para a participação no evento começou a partir de um evento promovido pelo programa Empretec. Ela precisou aplicar diversos conhecimentos do seminário dentro da sua empresa. “Eu precisei, também, mostrar os resultados desses três anos de implementação para poder estar na final, mostrar o crescimento, a motivação e as mudanças dentro da gestão”.
Conquistando espaço no mercado de trabalho
Agda nasceu em Minas Gerais, no município de Arinos, e se mudou para a capital brasileira nos anos 2000. Ela começou a trabalhar em serviços que são considerados masculinos, como postos de combustíveis e instituições bancárias na época.
Após ser enganada dentro de uma oficina, a empresária foi motivada para entrar na área. Atualmente, o empreendimento está localizado em Ceilândia Sul (DF), mas se tornou referência e já fidelizou clientes em outras localidades, como no estado de Goiás.
“Quando você está à frente em um ambiente masculino, conseguir espaço se torna mais complicado. Eu sou apaixonada por desafios e por superar aqueles que dizem que eu não consigo. O reconhecimento da minha empresa vem de muito esforço, eu tenho três pós-graduações, diversos cursos e trabalho muito. É um misto de sorte e dedicação”, explica a mecânica.
Agda é considerada mais uma das histórias de sucesso que passaram pelo SENAI. Além de ser empresária e mecânica, ela administra o tempo entre cuidar dos filhos, dar palestras e realizar cursos para o crescimento da oficina.
(Agência de Notícias CNI)
