José Fernando Vilela 
Parecer da PGR abre caminho para volta de Ibaneis ao GDF
Desde que Ibaneis Rocha, do MDB, foi afastado do cargo de governador do DF, por determinação monocrática do ministro do STF, Alexandre de Moraes, o mundo jurídico, políticos e boa parte da população brasiliense, passaram a questionar onde estavam as provas de seu envolvimento com os atos do dia 8 de janeiro. Na última sexta (10), o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que pede a revogação do afastamento do emedebista, assinala que o então governador não foi conivente com os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O subprocurador, que é o mesmo que coordenou a operação de busca e apreensão na residência, gabinete e no antigo escritório de Ibaneis, aponta no parecer que as justificativas de Moraes para suspender Ibaneis do exercício do cargo não cumprem os requisitos legais que atestem o seu afastamento. Carlos Frederico também destaca que as provas colhidas até o momento não permitem deduzir que Ibaneis Rocha vá atrapalhar as investigações em curso e que a volta do emedebista ao GDF coloque em risco à ordem pública.
“Portanto, atualmente não estão preenchidos os requisitos da medida cautelar de afastamento da função pública, sem embargo da futura análise a respeito da existência ou não de provas para a responsabilização penal, quando terminada a colheita dos elementos de convicção para formação da opinio delicti”, escreveu Carlos Frederico em seu parecer.
Antes da Páscoa
Com o parecer do subprocurador, o núcleo duro do Palácio do Buriti passou a considerar que Ibaneis Rocha possa voltar antes do domingo de Páscoa, dia 9 de abril, data em que se encerra os 90 dias do prazo do afastamento determinado por Alexandre de Moraes.
Celina esbanjando saúde e talento
Enquanto Ibaneis não volta, a governadora em exercício do DF, Celina Leão, do PP, segue trabalhando firme e forte. No sábado (11), a leoa resolveu dar uma pausa na agenda política mostrar oficialmente seus dotes esportivos. Ela participou de uma partida de exibição de um campeonato de futevôlei no Parque de Águas Claras e venceu. A plateia assistiu e vibrou com as aptidões e o talento da governadora. Celina, que fez dupla com Carninha, ganhou a partida e foi muito aplaudida. O DF é um dos celeiros do futevôlei do País e a governadora em exercício faz parte da tropa de elite da modalidade esportiva.
Anderson Torres não quer os holofotes da CLDF
O ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que está preso no 4º Batalhão da PMDF, deve se manifestar nos próximos dias se vai aceitar ou não participar da oitiva na CPI da CLDF que investiga os atos de 8 de janeiro, sem a presença da imprensa e sem transmitir a reunião pelos canais da TV Distrital. Alexandre de Moraes já intimou a defesa de Torres para dizer se ele quer ir ou não. Realmente, a Justiça no Brasil não é igual para todos. Onde já se viu um preso dizer se ele vai depor ou não. Se fosse um desses ladrões de galinha qualquer, com certeza, iria ser obrigado a depor, mas, como se trata de uma ex-autoridade, os privilégios aparecem nessas horas.
Maioria da bancada do DF prefere Rafael Prudente
Já é consenso entre a maioria dos parlamentares da bancada do DF no Congresso Nacional que a coordenação do grupo fique com o novato Rafael Prudente, do MDB. Nos bastidores, Prudente hoje conta com ao menos sete dos 11 votos. A falta de definição se deve a um impasse entre ele e o senador Izalci Lucas, do PSDB, que também está pleiteando o cargo. Pelo regimento interno das duas casas, para se compor uma bancada estadual o coordenador eleito precisa ter a maioria dos votos nos dois parlamentos. Prudente conta com os votos de sete deputados. Já Izalci conta com o dele, das suas colegas de Senado, Damares Alves, do Republicanos, e Leila do Vôlei, do PDT, e da deputada Bia Kicis, do PL. É possível que essa briga ainda se estenda.
O ‘caô’ do revezamento
Um dos principais argumentos do senador Izalci é um ‘acordo informal’ de legislaturas passadas, que não está no regimento como insistem em mentir alguns assessores, de que deve haver um revezamento entre as casas. Como o último coordenador era da Câmara, o tucano está reivindicando a vaga. Só que O Fino da Política apurou que os parlamentares desta legislatura não vão se sujeitar a esse tal acordo.
“Todo mundo viu o desastre que foi na legislatura passada quando tivemos coordenadores de bancada que não estavam em sintonia nem com o GDF e nem com o governo federal. O próprio Izalci foi um deles. Quem sai perdendo é a população do DF”, comentou um dos federais da bancada que pediu para não ser identificado.
Leila do Vôlei vai comandar a Comissão de Meio Ambiente do Senado
A ex-jogadora e senadora do DF, Leila do Vôlei, do PDT, está com a moral alta no Senado Federal. Ela conseguiu ser eleita para presidir uma comissão importante da Casa, a de Meio Ambiente. O colegiado é responsável por analisar matérias de autorias do Executivo e Legislativo voltadas à defesa do meio ambiente, o uso do solo e dos recursos hídricos, a fiscalização dos alimentos e dos produtos e insumos agrícolas e pecuários, entre outros. Leila do Vôlei é a única parlamentar da bancada do DF no Senado que vai comandar uma comissão.
Izalci quer presidir comissão que pode ser extinta
Quem não se deu por vencido nesse processo de escolha das presidências das comissões do Senado foi o tucano Izalci. O senador está tentando convencer os seus colegas a não extinguirem a Comissão Senado do Futuro. Izalci quer ficar com o comando dessa comissão. No entanto, na avaliação de muitos senadores, essa é uma comissão que só serve como palanque eleitoral. A sua única atribuição é promover discussões sobre grandes temas e sobre o futuro do País e do Senado. Como Izalci é oposição ao governo Lula, as suas chances de ficar com essa comissão estão reduzidas, mas não é impossível. Se for decidir pelo voto dos senadores, a comissão será extinta.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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