José Fernando Vilela 
Com vitórias importantes no Judiciário, Ibaneis e Celina se fortalecem e iniciam caminhada para bater a esquerda nas urnas em 2026
O início de 2025 não poderia ser mais promissor para o governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, e a vice-governadora, Celina Leão, do PP, no Judiciário, afinal de contas eles conquistaram vitórias importantíssimas e se fortaleceram para bater seus adversários nas urnas nas eleições de 2026, em especial os da esquerda. O discurso de seus oponentes de que eles tinham problemas com a Justiça caiu por terra. Vão ter que virar o disco. Mesmo diante dos ataques que certamente virão, o trabalho realizado por Ibaneis e Celina à frente do GDF se destaca, e é improvável que os “chiliques” da oposição surjam efeitos. Como já afirmei nesta coluna, o eleitor do DF é diferenciado. Ele sabe distinguir uma administração que apresenta resultados como a do grupo Ibaneis-Celina em comparação às gestões esquerdistas que deixaram as cidades do DF abandonadas, maltratadas, sujas e por aí vai. E é bom lembrar que a esquerda teve a chance de governar a capital federal por dois mandatos seguidos, com Agnelo (PT) e Rollemberg (PSB).
Por essas e outras razões, o grupo que hoje está no comando do Palácio do Buriti tem tudo para ganhar as eleições do ano que vem. Ibaneis Rocha tem se mostrado um gestor qualificado, que se tornou um político nato, hábil, que sabe jogar o jogo e vem exercendo um papel de liderança que é reconhecido por políticos do quilate do ex-presidente José Sarney. Até o ex-governador José Roberto Arruda, que muitos diziam ser seu adversário, se rendeu ao emedebista elogiando sua gestão e capacidade. A ida de Celina para o Buriti para reforçar o time no segundo mandato foi mais do que acertada. Ela provou a sua lealdade e competência logo que foi testada. Ninguém imaginaria que antes de completar 10 dias no cargo de vice, a ‘Leoa’ teria que assumir o governo e não deixar que a esquerda fizesse alguma manobra para tomar o poder. Hoje, Ibaneis e Celina estão com a ‘viola afinada’ e iniciam a caminhada para as eleições de 2026 sem qualquer barreira jurídica e com a moral lá em cima. Como diz um amigo jornalista, “a esquerda que prepare o lombo. A chibata vai comer”.
Time do GDF vai entrar em campo
Para aproveitar o bom desempenho do governo Ibaneis-Celina, integrantes do time do GDF, que nunca foram testados nas urnas, estão sendo estimulados a entrar em campo para a batalha eleitoral. Entre os cotados estão o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, que é casada com Gustavo e é presidente do MDB Mulher do DF, o secretário de Governo, José Humberto Pires, o Pezão, e o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, que é presidente do PSDB. Desses quatro, apenas Gustavo Rocha e Pezão ainda não estão filiados, mas isso é fácil de se resolver lá na frente. Gustavo está sendo cotado para ser o vice da ‘Leoa’. Há rumores de que ele vá para o Republicanos. Marcela Passamani pode tentar uma vaga para deputada federal pelo MDB, que busca emplacar dois parlamentares nas próximas eleições. Sandro Avelar e José Humberto Pires também podem concorrer para deputado federal. O delegado tucano está reconstruindo o PSDB no DF e a legenda por voltar a ocupar cadeiras no Congresso e na CLDF. Já o Pezão, que é considerado um dos motores da gestão Ibaneis, está avaliando os cenários e pensando na possibilidade de entrar para a política. Ele sempre gostou dos bastidores, mas está sendo incentivado a alçar voos maiores diante do bom desempenho de seu trabalho e por ser muito benquisto pelas lideranças comunitárias de todas as cidades do DF. Se esses quatro realmente aceitarem entrar em campo em 2026, eles têm chances reais de vitória. Vamos aguardar.
Composição de nominatas em foco
Além de chamar integrantes do GDF para entrar na disputa eleitoral, Ibaneis e Celina estão acompanhando as movimentações para compor as nominatas. O emedebista e a ‘Leoa’ sabem que precisam acomodar seus aliados em partidos que vão marchar com eles em 2026. Essas definições também são essenciais dentro do contexto político. Não há como inchar um partido e deixar outro desguarnecido. Especialistas do marketing político e eleitoral atribuem a essa etapa como uma fase primordial numa campanha majoritária que quer ser vitoriosa. Não adianta ganhar sem ter aliados no parlamento para ajudar a governar.
Aliança mais forte
Outro ponto a se destacar é que Ibaneis e Celina podem chegar com a aliança partidária mais forte nas eleições de 2026. Hoje, além do MDB e PP, eles contam com o compromisso do PL de Bia Kicis e Michelle Bolsonaro, que já declararam apoio a ‘Leoa’. Embora a senadora Damares Alves também já tenha manifestado apoio a Celina, o Republicanos recentemente divulgou nota afirmando que ainda não firmou nenhuma aliança para 2026. No entanto, a possível ida de Gustavo Rocha para a legenda liderada pelos irmãos da Universal, do bispo Edir Macedo, deve consolidar o apoio do partido para a ‘Leoa’. Outras siglas já sinalizam que vão marchar ao lado de Ibaneis e Celina como o União Brasil, o PRD, Podemos, PSDB, Agir e Avante.
Adversários da direita enfraquecidos politicamente
Quem ainda não decidiu o que quer e para que lado vai é o PSD de Paulo Octávio. Os dois distritais da sigla, Robério Negreiros e Jorge Vianna, estão na base do governo. PO também mantém relações próximas com o atual governo. Porém, diante do que ele fez em 2022, há dúvidas sobre o seu futuro político. Muitos o consideram como um adversário da direita. O que se sabe é que ele quer eleger André Kubitschek como deputado federal. Outro nome que figura como adversário da direita é o senador Izalci. Atualmente filiado ao PL, o ex-tucano anda fazendo campanha para o GDF, entretanto a cúpula do partido tem demonstrado que vai apoiar a ‘Leoa’. Ou seja, Izalci vai ter que decidir se vai ficar ou pular fora. Os mineiros PO e Izalci estão numa sinuca de bico. Ambos têm um ponto em comum: estão enfraquecidos politicamente. Se apostarem em voos solos, eles podem se estrepar lá na frente. Vale lembrar que os dois tomaram uma surra nas urnas de Ibaneis em 2022. Assim como a vida, a política é feita de escolhas. Se escolher errado, já era.
Planalto joga a toalha e Lula deve ficar longe do DF em 2026
Embora ninguém se atreva a falar publicamente sobre o assunto, na avaliação do Palácio do Planalto, as vitórias de Ibaneis e Celina no Judiciário foram um balde de água fria nas pretensões de Lula de ter alguém da esquerda governando a capital federal. Fontes palacianas disseram a este colunista que o petista jogou a toalha e já pensa em ficar longe dos palanques do DF para não passar vergonha. Recentemente, numa reunião com a cúpula do PT, o presidente reclamou que o racha da sigla no DF prejudica todo mundo. O petista confessou que possivelmente vai ter que apoiar um candidato de fora da legenda na disputa pelo GDF, como foi em 2022 com Leandro Grass, só para honrar compromissos com aliados no campo nacional. Portanto, a ‘companheirada’ que esteja pronta para balançar a bandeira para um forasteiro.
O que vai ser do PT-DF? Jacy vai sair fora, Vigilante está indeciso e Magela quer dar o bote
As coisas não andam nada bem para o PT-DF. O partido se prepara para as eleições do seu diretório regional. O atual presidente, Jacy Afonso, já comunicou que não concorrerá à reeleição. A tendência política que o apoia está dividida. Considerado um dos nomes fortes para comandar a agremiação, o deputado distrital Chico Vigilante tem dado declarações que ainda está pensando. Na abertura dos trabalhos da CLDF questionei o distrital e ele disse que estava avaliando. Recentemente, ele falou a mesma coisa para outros veículos, o que dá a entender que Chico Vigilante continua indeciso. Em meio a toda essa confusão, o ex-deputado federal e ex-secretário de Habitação, Geraldo Magela, embora não fale abertamente, tem dito aos ‘militantes de cabeça branca’ que o acompanha que gostaria de assumir o comando do partido. Magela quer dar o bote para tentar se viabilizar como candidato do partido ao GDF. A verdade é que o PT-DF definha sem ter novos nomes que possam tirar a legenda do fundo do poço.
Mistério da semana
- Quem é o parlamentar do DF que corre o risco de não conseguir se reeleger em 2026, pois ninguém quer se filiar ao seu partido para fazer escada para ele se manter no cargo? Dizem por aí que a figura está prometendo mundos e fundos quando tenta convencer alguém a entrar ou migrar para seu partido e concorrer junto com ele. Até o momento, não teve um para aceitar a proposta indecente. Mistério…
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense. Foi presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – de 2021 a 2024. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3. E apresenta o podcast Café Expressão, pela TV Expressão no YouTube, entrevistando autoridades políticas, parlamentares, dirigentes de entidades representativas, artistas, empresários, profissionais liberais, entre outros.
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