2025 chega ao fim com os bastidores da política brasiliense pegando fogo

O ano de 2025, que está prestes a terminar, trouxe consigo a antecipação precoce do clima de campanha na capital federal. Os bastidores da política brasiliense estão pegando fogo. O que se vê e se ouve são sinais claros de que grupos políticos e lideranças partidárias já estão debruçados sobre estratégias e alianças para 2026.
Ninguém quer perder espaço. A disputa promete ser uma das mais acirradas da história recente do Distrito Federal. Quem está dentro não quer sair, e quem ficou de fora quer entrar custe o que custar. O ambiente é de tensão permanente e cálculo político diário.
Diante de tanta efervescência, o momento exige cautela e responsabilidade na leitura dos possíveis cenários de convergência ou enfrentamento entre os principais atores. Mesmo faltando alguns meses para o período formal de negociação de alianças, as movimentações já indicam quem caminhará junto e quem ficará pelo caminho.
No campo da direita, a tendência é de rupturas e disputas internas entre grupos que comungam da mesma ideologia. A guerra por poder deve acirrar ainda mais os ânimos. A expectativa é de dois a três candidatos concorrendo ao GDF, com o grupo que atualmente está no comando, liderando com larga vantagem.
Não por acaso, as pesquisas confirmam que mais de 60% da população aprova a atual administração. Já pelo lado da esquerda, os números revelam a preferência do eleitor brasiliense por políticos mais conservadores e menos populistas e exibicionistas, o que tem tornado esse campo cada vez mais irrelevante e, muitas vezes, hostilizado nas ruas.
As eleições de 2026 podem consolidar o fortalecimento da direita e do centro e afundar ainda mais a esquerda. Reuniões reservadas, encontros secretos e conversas em bares, restaurantes e cafeterias tendem a se intensificar. O tabuleiro político está em movimento, expulsando os amadores. Como diz um estrategista local: “chegou a hora dos meninos dormirem e ficarem só os adultos”.
Celina desponta como favorita ao Buriti e pode vencer no 1º turno

O desempenho da vice-governadora Celina Leão desde que assumiu o posto ao lado de Ibaneis Rocha, em janeiro de 2023, fez com que ela caísse definitivamente nas graças do eleitor brasiliense. A ‘Leoa’ foi testada logo no início, durante os atos de 8 de janeiro, quando precisou assumir o comando do Buriti.
Foram 64 dias à frente do GDF, período suficiente para demonstrar capacidade de gestão, firmeza em momentos de crise e traquejo político. O episódio serviu como um divisor de águas para consolidar sua imagem como liderança preparada para ocupar a cadeira principal do Palácio do Buriti.
Celina se adaptou bem ao estilo de governar de Ibaneis Rocha, conhecido por evitar conchavos e bajulações. O diálogo direto e sem rodeios é uma característica compartilhada pelos dois, o que explica a sintonia administrativa e política da dupla.
O resultado dessa parceria aparece nas pesquisas. As últimas sondagens indicam Celina como favorita absoluta. Dependendo de quem enfrente, a ‘Leoa’ pode liquidar a fatura já no primeiro turno. Se isso ocorrer, fará história como a primeira mulher eleita governadora da capital do País.
Inelegível e rejeitado, Arruda vai só fazer barulho

Apesar de ainda ser lembrado por parte do eleitorado, o ex-governador José Roberto Arruda vive um momento de incerteza política. Recém-filiado ao PSD, insiste no discurso de que está apto a disputar o GDF, mesmo após condenações decorrentes da Operação Caixa de Pandora.
A mais recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) o tornou inelegível até 2032. Ainda assim, Arruda se agarra às teses de seus advogados e mantém o velho roteiro: barulho, entrevistas e provocações calculadas. No meio político, esse método ainda engana alguns bestas.
Entretanto, a rejeição ao ex-governador ultrapassa os 50%. As cicatrizes de sua passagem pelo Buriti continuam vivas na memória do eleitor, associadas a corrupção, escândalos e muita roubalheira.
Nas redes sociais, Arruda já se cerca dos mesmos personagens que o ajudaram a afundar o GDF no passado. Em Brasília, onde todos respiram política, dificilmente esse filme será aceito novamente. No fim das contas, sobra apenas o barulho, aquele velho e conhecido ‘migué eleitoral’.
Indefinição de Michelle turbina Ibaneis ao Senado e anima a oposição

A disputa pelas duas vagas ao Senado em 2026 deve consolidar mais uma vez a força da direita no DF. Em 2022, as candidatas mais votadas vieram desse campo ideológico, tendência que tudo indica se repetir.
Pesquisas apontam Michelle Bolsonaro e Ibaneis Rocha como os nomes mais fortes, ambos superando a marca dos 30%. No entanto, a indefinição sobre qual cargo Michelle irá disputar muda completamente o jogo.
Sem a ex-primeira-dama na corrida, Ibaneis passa a liderar com folga. O cenário também anima a oposição, que vê na segunda vaga uma chance real, sobretudo porque Michelle não transfere votos automaticamente para nomes como Bia Kicis.
É nesse espaço que a esquerda alimenta expectativas com Leila do Vôlei e Érika Kokay. Até Michelle decidir seu destino, o tabuleiro seguirá instável e tudo pode mudar. A única certeza que se vê no horizonte é a consolidação do nome de Ibaneis Rocha na disputa. Ninguém tira essa cadeira dele.
Nominatas enxutas e competitivas prometem bancadas renovadas na Câmara e na CLDF

A disputa por vagas na Câmara dos Deputados e na CLDF será uma das mais competitivas dos últimos anos. Partidos avaliam federações, alianças e o peso real de seus quadros.
A régua subiu. Candidatos com votações inexpressivas tendem a ser descartados. A aposta agora é em nominatas mais qualificadas e capazes de garantir mais cadeiras para as legendas. Dessa vez, não há margem para candidaturas laranjas.
Nos bastidores, dirigentes travam batalhas internas por nomes competitivos. A tendência é de renovação, ainda que isso não signifique, necessariamente, melhoria na qualidade do debate político, que, diga-se de passagem, está ficando cada vez mais empobrecido.
Lula e a esquerda continuam derretendo no DF

O Distrito Federal segue sendo um terreno infértil para Lula e a esquerda. As pesquisas apontam que o petista e seus aliados têm poucas chances de vitória na capital federal. O desempenho pífio de 2022 deve se repetir no ano que vem.
A rejeição é persistente, e os esforços de reaproximação junto ao eleitor brasiliense até agora não surtiram efeito relevante. Aquele DF dos anos 90 e 2000 que era considerado um reduto da esquerda não existe mais.
Hoje, falta capilaridade, falta discurso local e sobra a impressão de que Brasília é tratada apenas como vitrine institucional, não como eleitorado estratégico.
Internamente, lideranças da esquerda admitem dificuldades, mas seguem apostando em fórmulas já testadas e rejeitadas. O resultado tende a ser mais do mesmo. Não é à toa que há uma ala do PT nacional defendendo uma união com o ex-governador José Roberto Arruda para tentar atrapalhar o grupo Ibaneis-Celina.
Sem uma mudança profunda de estratégia, o campo progressista corre o risco de continuar figurando apenas como coadjuvante na capital da República.
Feliz 2026 a todos
O ano muda no calendário, mas a política segue em movimento permanente. 2026 promete disputas intensas, decisões duras e escolhas que definirão rumos no Distrito Federal.
O Expressão Brasiliense e a coluna O Fino da Política seguirão atentos aos bastidores, com independência e compromisso com a informação que incomoda.
Aos leitores que acompanham, discordam e voltam, nosso agradecimento. Que 2026 venha com senso crítico afiado. Estaremos aqui para contar o que muitos preferem esconder.
Frase do Fino
“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”, autoria desconhecida. Sim… essa frase não é de George Orwell como muitos atribuem.
Mistério da Semana
Qual parlamentar anda com medo de perder seu reduto para um concorrente que vem cooptando antigas lideranças esquecidas durante o mandato? Quem é? Quem é? Quem é? Mistéééério…
*José Fernando Vilela é jornalista especializado em marketing político e eleitoral, com ampla experiência em órgãos públicos, entidades representativas e na iniciativa privada. Editor-chefe e colunista do Expressão Brasiliense, atua na cobertura e análise dos bastidores da política nacional e local. É apresentador do podcast Café Expressão e do programa Fala Aí, na JK FM 102,7, aos sábados, a partir das 6h.
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