O portal Metrópoles vem realizando ao longo da campanha eleitoral uma série de entrevistas com os candidatos do DF ao Senado da República. Na tarde desta quarta (19), foi a vez do candidato pelo PSDB, Izalci Lucas, que atualmente é deputado federal e presidente do partido no DF.
O Expressão Brasiliense acompanhou a entrevista do candidato e faz um resumo de como se saiu o tucano perante as perguntas do jornalista Caio Barbieri.
História de Vida
O mineiro Izalci Lucas fez questão de falar de suas origens. Lembrou que morou e estudou no Guará, começou sua caminhada profissional numa banca de jornal, foi auxiliar de escritório, professor, sindicalista, juiz do trabalho, até chegar a entrar para a vida pública onde já ocupou os cargos de deputado distrital, secretário de Estado e está no seu segundo mandato como deputado federal. Izalci é formado em Contabilidade e Administração Financeira.
Trajetória Política
Antes de se tornar político, Izalci lembrou que esteve à frente de uma ONG que idealizou o Cheque-Educação, que é o formato adotado pelo programa de governo ProUni. Destacou que iniciou o projeto do Parque Digital. Criou o DF Digital que era um programa voltado para a inclusão digital. Criou o Bolsa Universitária beneficiando milhares de jovens com recursos para a formação acadêmica no nível superior.
Como deputado federal, Izalci foi o relator do marco regulatório da Ciência e Tecnologia, idealizou a Escola Sem Partido, esteve à frente do projeto de Regularização Fundiária em todo o Brasil, em especial Brasília, beneficiando moradores das áreas urbanas e rurais e lutou para a aprovação da lei que proporciona incentivo fiscal para Brasília. Lembrou que o DF sofre com a grande quantidade de desempregados.
Desentendimentos e traições na política
O jornalista questionou Izalci sobre os desentendimentos que teve durante as negociações da composição de chapa e que inclusive disse que “rasgaria seu diploma se fosse candidato ao Senado”. O tucano foi categórico. “Em nenhum momento eu disse que seria candidato ao Senado. Eu vinha me preparando para ser governador. Puxaram o meu tapete”, ressaltou o candidato ao Senado.
Izalci ainda frisou que não quis sair candidato ao governo isolado. Disse que após as traições do grupo o qual estava integrado, conversou com Fraga e o democrata aceitou suas propostas para um eventual governo.
Questionado se a partir disso teria algum atrito com Rosso e Cristovam, Izalci disse que não. O jornalista o indagou porque então não quis sair como candidato ao Senado junto com esse grupo. O candidato citou o pai que lhe ensinou que acordo se cumpre. “Se eles fizeram isso comigo antes de se eleger, imagina se eles se elegem o que faria”, criticou. Izalci encerrou o assunto dizendo que percebeu que nesse grupo não há compromisso com Brasília.
Pesquisas eleitorais e a disputa entre Izalci, Leila e Cristovam
O jornalista fez referências as atuais pesquisas de opinião que colocam Izalci, Leila e Cristovam disputando as duas vagas ao Senado. Izalci disse que a população irá escolher o que for melhor para Brasília. O tucano criticou a necessidade de termos mais atuação dos senadores do DF. “Não dá para brincar de ser senador. No Senado, se deve buscar recursos para o Estado e o DF está em último lugar nesse quesito. Não dá para ficar só fazendo discurso ou escrevendo artigo para jornal”.
Questionado se sentia mais preparado do que Leila, Izalci disse que sim. Ele ainda destacou que sempre trabalhou na Comissão do Orçamento, até mesmo por ser da área.
Bancada do DF
Izalci disse que o DF “precisa de senadores que articulem e que ponham os interesses de Brasília acima dessas questões partidárias e pessoais. O DF perdeu muitas empresas por falta de incentivo”. O tucano ainda observou que o DF perdeu quase R$ 1 bilhão em recursos, nos últimos anos, por falta de competência.
Disputa ao governo contra aliados
O entrevistador perguntou a Izalci sobre a disputa ao governo contra antigos aliados. Izalci afirmou que o segundo turno será entre Eliana e Fraga. Ressaltou também que o DF está sofrendo com as mazelas do atual governo e citando como exemplo a segurança pública.
Desentendimentos no PSDB/DF
Ao longo dos últimos meses, o candidato tucano veio sofrendo com as tentativas de antigos aliados de retirá-lo do comando do PSDB local. Izalci disse que os problemas foram sanados e o problema maior é que alguns filiados ao PSDB estavam acostumados a ver o partido como coadjuvante nas eleições e que desde a sua chegada ao partido ele veio trabalhando para mudar isso. Ele criticou as tentativas de cooptação de Rollemberg para ter o PSDB ao seu lado, porém acabou levando para seu lado uma das fundadoras do PSDB/DF em referência a Maria de Lourdes Abadia, hoje no PSB.
Desarmamento
Sobre o seu posicionamento quanto ao desarmamento, Izalci respondeu que “não pode armar as pessoas aleatoriamente. Os moradores rurais, por exemplo, precisam”. Já os da área urbana, de acordo com o candidato, podem desde que cumpram alguns pré-requisitos.
Descriminalização das drogas
Questionado sobre o que pensava sobre o tema, Izalci disse que era contra. O jornalista perguntou se até mesmo no caso de uso medicinal. Ele disse que nesse sentido era a favor desde que houvesse controle médico.
Regalias dos cargos públicos – verba indenizatória
Izalci disse que não via problema em usar esses recursos desde que fossem em prol do serviço. “Não adianta não usar e também não fazer nada”, enfatizou.
Auxílio-Moradia
Sobre o tema, Izalci disse que era contra e que considerava o benefício como um penduricalho. “O salário já é suficiente”, observou.
Considerações finais
Encerrando a sua participação, Izalci agradeceu aos eleitores e disse que “quer fazer muito mais. Gerar investimento, emprego e renda para Brasília”.
Da Redação
Fotos: William Sant’Ana