• 7 de dezembro de 2024

ELEIÇÕES 2022 | Bolsonaro vai ter que decidir se apoia Flávia ou Damares na disputa pelo Senado no DF

O lançamento da pré-candidatura ao Senado pelo Distrito Federal pela ex-ministra da Mulher e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, do Republicanos, na última segunda-feira (25), gerou um racha entre aliados do presidente Jair Bolsonaro, do PL, na capital federal. Até então, a também ex-ministra Flávia Arruda, que preside o PL no DF, havia sido anunciada para disputar a única vaga a ser preenchida neste ano no Senado Federal.

A entrada da pastora Damares no pleito gerou inúmeras especulações nos bastidores. No entanto, é preciso ter muito cuidado com esse tititi, principalmente, quando as informações tendem a beneficiar quem quer provocar a cizânia dentro do grupo visando obter vantagens lá na frente quando for o momento de sentar e definir os cargos da chapa majoritária.

Desde a noite de segunda (25), quando foi confirmado o nome de Damares Alves para o Senado, os bolsonaristas no DF passaram a ter duas pré-candidatas ao Senado que contam com o apoio do presidente, apesar de o próprio Jair Bolsonaro não ter feito sequer uma declaração nesse sentido para nenhuma delas.

A última vez que Bolsonaro se manifestou sobre as pré-candidaturas de suas ex-ministras foi numa live realizada em suas redes sociais no dia 10 de março. Na ocasião, o presidente anunciou que Flávia Arruda seria candidata ao Senado no DF e Damares Alves iria se candidatar ao Senado pelo Amapá. Fora isso, o chefe do Planalto nunca mais disse mais nada.

Nos bastidores, apoiadores de Bolsonaro alegam que foi o próprio presidente que pediu à Damares para se lançar ao Senado aqui no DF. Porém, essa versão não é confirmada por ninguém do Planalto.

Diante do impasse entre suas ex-ministras, Jair Bolsonaro vai ter o desafio de encontrar uma solução que não desagrade nenhum dos lados. Flávia faz parte do seu partido e está integrada ao projeto de reeleição do emedebista Ibaneis Rocha conforme já foi anunciado publicamente pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Já Damares, que também está filiada a um partido que apoia Bolsonaro, é muito bem quista pela família presidencial. Ela é muito próxima da primeira-dama Michelle Bolsonaro, exerce forte influência no segmento evangélico e é vista pelos bolsonaristas como uma fiel escudeira do presidente.

Cada uma das ex-ministras possui características que podem influenciar o presidente na hora que ele tiver que manifestar para quem vai o seu apoio. Flávia Arruda é mais experiente na política do que sua ex-colega de Esplanada. Damares Alves consegue aglutinar um número bem expressivo de ‘bolsonaristas’ e evangélicos para apoiar o presidente.

Sabendo que esse problema não é seu, o governador Ibaneis tem evitado meter o bedelho nesse assunto e vem acompanhando as movimentações das pré-candidatas de forma cautelosa. Como o prazo para o início das convenções partidárias começa no dia 21 de julho, Ibaneis Rocha não precisa colocar o carro na frente dos bois. Já o presidente Bolsonaro, se bobear, vai ter que dizer de lado está o quanto antes, apesar da legislação permitir que as duas concorram sem problema nenhum.

Por enquanto, Flávia Arruda segue como pré-candidata oficial da aliança liderada por Ibaneis Rocha, Damares Alves surge com sua pré-candidatura independente e Bolsonaro continua calado. O presidente só não pode demorar muito porque os adversários estão aproveitando do racha para se reposicionar na corrida ao Senado.

Foto: Reprodução/Google Imagens

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