A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele tenha planejado pedir asilo político ou descumprido as medidas cautelares impostas pela Corte. A manifestação foi apresentada na noite de sexta-feira (22), a pedido do ministro Alexandre de Moraes, após questionamentos levantados no relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o inquérito da trama golpista.
No relatório, a PF concluiu que Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam atuado para tentar coagir autoridades brasileiras e até articular sanções junto aos Estados Unidos. O caso será julgado pelo STF.
Segundo a PF, foi encontrado no celular de Bolsonaro um documento em primeira pessoa solicitando asilo político urgente ao presidente da Argentina, Javier Milei. O arquivo, sem data nem assinatura, foi salvo em fevereiro de 2024, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito.
A defesa alega que o documento não passa de um rascunho, não pode ser considerado indício de fuga e que Bolsonaro sempre respeitou as decisões da Suprema Corte.
“Com ou sem o rascunho, o ex-presidente não fugiu. Pelo contrário, obedeceu a todas as decisões emanadas pelo STF, compareceu a audiências e cumpriu as restrições impostas”, afirmaram os advogados.
Defesa nega descumprimento de medidas cautelares
Outro ponto citado pela PF é que Bolsonaro teria descumprido as medidas cautelares ao receber mensagem de Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em 2022.
No entanto, os advogados afirmam que Bolsonaro apenas recebeu um SMS de Braga Netto, sem qualquer resposta.
“O ex-presidente teria descumprido medidas cautelares com o silêncio? É descabido considerar que o simples recebimento de mensagem configure violação”, argumenta a defesa.
Conversas com advogado norte-americano
O relatório também aponta que Bolsonaro buscou orientação com o advogado norte-americano Martin de Luca, ligado a Donald Trump e à plataforma Rumble. A PF sugere que houve alinhamento de estratégias jurídicas.
A defesa, porém, rejeita a acusação e sustenta que não havia impedimento legal para a comunicação.
“As poucas mensagens trocadas não configuram qualquer ilegalidade. A inclusão dessa troca no relatório mostra tentativa de restringir até conversas com pessoas que compartilham o mesmo matiz político”, declarou a defesa.
Conversas de WhatsApp com Eduardo Bolsonaro
A PF ainda expôs conversas de WhatsApp entre Bolsonaro e seu filho Eduardo. A defesa critica a divulgação e reforça que os diálogos ocorreram antes da decisão que proibiu contato entre ambos.
“Nada disso deveria importar em um relatório policial. O ex-presidente nunca foi proibido de usar WhatsApp, trocar mensagens ou se manifestar publicamente”, ressaltaram os advogados.
O caso integra o inquérito da trama golpista, que investiga suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro foi indiciado pela PF em agosto de 2025 e é acusado de tentar interferir no julgamento de autoridades brasileiras por meio de articulações internacionais.
A manifestação da defesa será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes e pode impactar o andamento do processo no STF.
Com informações do Terra
Foto: Reprodução/Google Imagens
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