• 12 de julho de 2025

TENSÃO COMERCIAL | Ações de empresas brasileiras recuam nos EUA após tarifas impostas por Trump

As ações de empresas e bancos brasileiros listados em bolsas norte-americanas começaram esta quinta-feira (10) em queda nas negociações pré-abertura. O movimento reflete a turbulência no mercado após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

A medida provocou forte reação nos indicadores de volatilidade cambial, que atingiram os maiores níveis desde o chamado “Dia da Libertação”, em abril. Na quarta-feira (9), os contratos futuros de dólar com vencimento mais próximo dispararam mais de 2% frente ao real. Segundo o Deutsche Bank, o salto foi impulsionado por uma “escalada nas tensões” entre os dois países.

Entre os papéis brasileiros negociados nos EUA, o Itaú Unibanco caía 2,7%, o Santander recuava 2,4% e a Petrobras perdia quase 1% antes da abertura dos mercados.

De acordo com Graham Stock, estrategista da RBC BlueBay Asset Management, a decisão de Trump foi motivada, em parte, por insatisfações ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro — acusado de tramar um golpe de Estado — e também por disputas judiciais envolvendo grandes empresas de mídia social norte-americanas.

“As implicações econômicas, no entanto, são relativamente modestas”, afirmou Stock, destacando que pouco mais de 10% das exportações brasileiras têm os EUA como destino. O analista avalia, porém, que a tensão política pode ganhar novos contornos.

“O risco é que o presidente Lula tente transformar o embate com os EUA em trunfo político na corrida eleitoral de 2026, o que tornaria uma distensão mais difícil”, completou.

As tarifas sobre o Brasil foram anunciadas logo após Trump ameaçar, ainda na segunda-feira (8), impor um adicional de 10% sobre produtos do grupo Brics — bloco que ele chamou de “antiamericano”.

Apesar de o impacto direto sobre as exportações brasileiras ser considerado limitado, a medida pode atingir os consumidores norte-americanos. Os EUA importam do Brasil cerca de um terço do café consumido internamente, além de mais da metade do suco de laranja disponível no mercado.

Com informações do Terra

Foto: Reprodução/Google Imagens

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