• 19 de abril de 2024

TENSÃO NA BOLÍVIA | MP ordena prisão de ex-presidente interina e ministros

O Ministério Público da Bolívia ordenou a prisão da ex-presidente Jeanine Añez, de ministros de seu governo, além do ex-comandante das Forças Armadas e do ex-chefe da polícia por terem pedido a renúncia do então presidente Evo Morales durante a crise política de outubro e novembro de 2019. Com a renúncia de Morales após protestos massivos, Añez se autoproclamou presidente interina, com apoio dos militares, e ficou no cargo por quase um ano.

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A situação ocorre no momento em que o partido no poder, o Movimento ao Socialismo (MAS), inicia um julgamento por suposto golpe de Estado contra vários opositores e ex-líderes militares. O general William Kaliman, juntamente com seu Estado-Maior e o então comandante da polícia, Yuri Calderón, pediram a renúncia de Morales quando o país vivia protestos que deixaram 36 mortos após eleições acusadas de terem sido fraudulentas.

A crise precipitou a renúncia de Morales, que venceu o pleito mas não pode ser reeleito. Kaliman não foi preso e Calderón não foi encontrado em sua casa para assumir sua defesa em um julgamento por sedição e conspiração em que Áñez e vários de seux-ministros também são investigados.

Outro investigado é o ex-líder cívico Luis Fernando Camacho, líder dos protestos da oposição e virtual governador eleito de Santa Cruz nas eleições regionais do último domingo, cuja contagem oficial ainda não foi concluída. Camacho não tem mandado de prisão e deveria ter testemunhado na quinta-feira, mas a audiência foi suspensa devido à presença maciça de seus seguidores nas portas do tribunal.

Em novembro de 2019, após a renúncia de Morales, Añez se autoproclamou presidente interina do país, cargo que ocupou até outubro de 2020. Ela teve o apoio das Forças Armadas e da polícia. Aliados do ex-presidente Evo Morales tratam o episódio até hoje como um golpe.

Em outubro de 2020, novas eleições foram realizadas com a vitória de um aliado de Evo – Luis Arce, ex-ministro da Economia e também integrante do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Añez tentou viabilizar durante meses sua candidatura, mas diante do fraco desempenho em pesquisas, abandonou a pretensão.

(Agência Estadão Conteúdo)

Foto: Divulgação/Ag. Reuters

Expressão Brasiliense

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