O encontro entre dirigentes dos partidos Cidadania e Podemos, no próximo sábado (19), para tratar de uma possível federação entre as legendas, vai mexer com o tabuleiro do jogo político da capital federal, pois três congressistas do DF, o senador Reguffe, do Podemos, a senadora Leila do Vôlei e a deputada Paula Belmonte, ambas do Cidadania, dependem da decisão sobre a futura aliança para saber qual o caminho eles vão tomar nas eleições deste ano.
Dos três, Leila do Vôlei é a que se encontra numa situação mais confortável por ter mais quatro de mandato no Senado. Se tudo der errado, a ex-atleta continua parlamentar. Já Reguffe e Paula Belmonte, em caso de derrota, ficarão afastados do poder ou morrerão para a política brasiliense em definitivo.
Na atual conjuntura das articulações e movimentações políticas de bastidores, os três parlamentares praticamente já fazem parte do mesmo grupo. No entanto, as incertezas relacionadas a união de seus partidos geram dúvidas se eles vão mesmo poder caminhar juntos em torno de um projeto político que os beneficiem e que consiga obter êxito nas urnas em outubro.
Caso a federação entre as duas legendas se concretize, tem início a guerra para saber qual dos três vai ser o candidato ao GDF. Leila, por já ser senadora, só poderá concorrer ao posto de chefe do executivo ou aceitar ser vice.
No caso de Reguffe, que é parlamentar de carreira desde 2006 quando se elegeu deputado distrital, passou pela Câmara dos Deputados até chegar ao Senado em 2014, ele vive vários dilemas ao mesmo tempo.
O senador vai ter que optar em correr o risco de se lançar ao GDF e ser derrotado por Ibaneis Rocha, do MDB, tendo em vista que os levantamentos junto ao eleitorado do DF apontam que o emedebista chega na frente. Ou tentar a reeleição concorrendo contra a deputada Flávia Arruda, do PL, que já avisou que vai disputar a única vaga disponível ao Senado neste ano e também lidera as intenções de votos conforme registram as sondagens mais recentes.
As outras alternativas que restam para Reguffe é candidatar-se para a Câmara dos Deputados ou Câmara Legislativa do DF. Ou, quem sabe, pendurar as chuteiras. É difícil fazer alguma previsão nesse sentido.
Nos bastidores, o senador apenas tem dito que tomara uma decisão para meados de março ou no limite do período da janela partidária (dia 1º de abril), caso tenha que deixar o Podemos para seguir em frente com o grupo político que está integrado. Por isso, a pressão está grande em cima de Reguffe.
Já a deputada Paula Belmonte, pode escolher qual cargo quer concorrer neste ano. A Belmonte pode tentar se reeleger, se aventurar numa candidatura ao Senado ou pirar a cabeça de vez concorrendo ao GDF.
Para quem chegou na política em 2018 sendo uma das grandes surpresas nas urnas, Paula Belmonte pode acabar o ano sem mandato e sem poder, se escolher dar um passo maior que a perna. No entanto, numa eventual derrota em outubro, a deputada, ainda assim, sai no lucro, pois quem ia imaginar que uma desconhecida fosse se eleger federal e desbancar políticos experientes. Ninguém.
Portanto, a reunião de sábado entre as cúpulas do Cidadania e Podemos, pode ser o combustível que está faltando para que Reguffe, Leila e Paula, venham a público revelar suas intenções para este ano.
Eita que as próximas horas serão longas para os nobres parlamentares. Aguardemos.
Foto/Montagem: Divulgação/Agências Senado e da Câmara
