O empresário Paulo Octávio, do PSD, resolveu ignorar as investidas de Ibaneis Rocha, do MDB, e outros integrantes de seu grupo, para convencê-lo a ficar na aliança partidária composta por mais de 10 siglas na corrida ao Buriti e teve sua candidatura ao GDF confirmada por seus correligionários pessedistas durante a convenção de seu partido na última sexta (5).
Contudo, PO, como também é conhecido, terá dificuldades de levar o seu projeto adiante. O Expressão Brasiliense teve acesso a uma certidão cível e criminal do ex-vice-governador do DF, emitida no fim do mês junho deste ano, em que Paulo Octávio figura como condenado em 13 processos e ainda existem mais 17 que constam como “não transitados em julgado”. Ou seja, a lista de condenações do agora candidato a governador pode crescer no decorrer da campanha.
Com essa vasta de lista de processos nas costas, Paulo Octávio deve solicitar o registro de candidatura e concorrer sub judice, pois esses processos podem tramitar no decorrer do processo eleitoral e ele ser condenado.
Veja aqui a certidão cível e criminal de PO.
Sem grupo
A confirmação do ingresso de PO na corrida ao Buriti, apesar do entusiasmo do empresário e seus apoiadores, não garante a ele um bom desempenho junto ao eleitor. Até porque Paulo Octávio não possui um grupo político forte apoiando o seu projeto. Nem mesmo o grupo de empresários que lidera anda manifestando interesse em ajudá-lo, os que apareceram são líderes inexpressivos.
Ele deve herdar alguns descontentes com a saída de Reguffe da disputa. Porém, não chega a alavancar sua candidatura. Nas últimas pesquisas realizadas para o Senado, em que o nome de PO figurava entre os possíveis candidatos, a sua performance foi pífia e ele constava na lista dos mais rejeitados.
Caminho sem volta
Ao escolher como vice o advogado Luis Felipe Belmonte, do PSC, PO sinalizou que não tem mais conversa com o grupo de Ibaneis. O empresário esteve junto com o emedebista até viajar para Suíça em julho. Quando desembarcou, trouxe na mala a sua candidatura.
A união com os Belmontes mostra que PO não é de grupo e gosta de impor seus desejos. Como não teve seu pedido atendido, de tirar a deputada Celina Leão, do Progressistas, da chapa governista para dar lugar a ele, o ex-vice-governador decidiu ir para o tudo ou nada.
Ao lado do suplente de senador Luis Felipe, Paulo Octávio formará a chapa mais endinheirada da história política do DF. No entanto, sem carisma e sem apelo popular, pois a união de PO e Belmonte já é vista nos bastidores mais como um projeto de interesse pessoal dos dois. Poucos estão dispostos a comprar essa lebre.
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