Assim como ocorreu na eleição de 2016, a deputada estadual Lêda Borges (PSDB-GO) pediu para a sua nova tropa de pré-candidatos a prefeito de Valparaíso de Goiás irem para as ruas durante o período pré-eleitoral. Aquele que estiver melhor nas pesquisas vai ser o candidato do grupo, segundo a promessa.
Na verdade, Lêda trabalha com a hipótese de ela mesma se lançar como candidata à prefeita, mas teme que se torne alvo da Justiça Eleitoral por conta da denúncia acatada em agosto de 2019 pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), em que é acusada de corrupção passiva. Fora isso, a ex-prefeita vai ter que encarar a máquina do estado goiano comandada pelo seu inimigo político, Ronaldo Caiado (DEM-GO), que não medirá esforços para derrotá-la.
Com os percalços encontrados, Lêda finge primeiro apostar em um nome do grupo de ex-desafetos. O “plano A” é a candidatura do ex-vereador Afrânio Pimentel, derrotado na última eleição pelo atual prefeito, Pábio Mossoró (MDB). Se Afrânio não decolar, o vereador Elvis Santos (SD) é o “plano B”. Contudo, o parlamentar valparaisense carrega o desgaste de ter sido preso por acusação de desvio de verbas públicas e fraudes em 2018, conforme matéria do portal Metrópoles.
Em uma campanha eleitoral, a prisão de Elvis pode ser explorada e gerar desconforto em uma possível candidatura, mesmo após sua soltura e retorno à Câmara Municipal de Valparaíso, cidade que elegeu Jair Bolsonaro no segundo turno com 65,15% dos votos válidos. Seria estranho esse mesmo povo que votou no atual presidente da República, que defende a bandeira da ética, acabar escolhendo um prefeito que já foi até preso acusado de cometer crime de corrupção.
Como em 2016, Lêda Borges seduz e ludibria o seu grupo político. A promessa de que aquele que estiver melhor nas pesquisas vai ser o candidato não passa de uma cortina de fumaça para despistar sua real intenção.
O interesse da deputada é um só: voltar a ganhar o protagonismo perdido com a chegada de Caiado ao Palácio das Esmeraldas, nem que para isso volte alguns degraus em sua carreira política, se candidatando para o cargo que não foi reeleita.