Reajuste para forças de segurança do DF não é prioridade para o Planalto
Enquanto os agentes de segurança pública do Distrito Federal alimentam a esperança de que o tão sonhado reajuste salarial para policiais civis, PMs e bombeiros, finalmente, será concedido, a cúpula do Palácio do Planalto sinaliza que a recomposição dos vencimentos das três categorias não é prioridade para o governo federal.
Na última sexta (28), o presidente Lula oficializou o aumento dos salários dos servidores públicos federais em 9%. Já o reajuste salarial previsto para os policiais civis e militares e bombeiros do DF é de 18%. O Planalto tentou empurrar os mesmos 9% dos servidores federais para as forças de segurança do DF. O senador Marcelo Castro, do MDB-PI, bem que tentou ajudar o governo Lula no seu relatório do PLN 2/2023 inserindo as três categorias junto com as demais.
No entanto, os parlamentares do DF se mobilizaram e conseguiram fechar um novo acordo com o governo, que se comprometeu em enviar um novo PLN para tratar especificamente do assunto e uma medida provisória para que os servidores das três categorias sejam contemplados imediatamente. Resta saber se realmente o governo Lula vai dar atenção merecida à proposta de reajuste para as forças de segurança do DF.
Ruído de comunicação
Um grupo de parlamentares do DF esteve no Palácio do Planalto na última sexta (28) para participar de reunião com servidores da área técnica para acertar e ajustar os detalhes da proposta. No entanto, a reunião foi cancelada em cima da hora e os parlamentares foram recebidos rapidamente pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, que acertou um novo encontro para a próxima sexta, dia 5 de maio.
A conversa mudou quando apareceu a foto
Contudo, a ida do grupo ao Planalto foi um tanto controversa. Enquanto os parlamentares divulgavam vídeos nas redes sociais falando que não houve a reunião com os técnicos e sim um encontro com Padilha, a assessoria da SRI não confirmava que o grupo havia se reunido com o ministro. A coluna O Fino da Política entrou em contato com a SRI e, primeiramente, o órgão nos informou que o ministro Alexandre Padilha não tinha recebido nenhum parlamentar naquela sexta. Ao tomar conhecimento que esta coluna tinha a foto do registro do encontro, a assessoria da SRI mudou a conversa e alegou que não estava sabendo dessa reunião, que a mesma não constava na agenda de Padilha e que, portanto, não era um evento ou um encontro oficial.
Sem holofote para opositor
Nos bastidores, os comentários entre assessores dão conta que o cancelamento da reunião com a equipe técnica foi motivado porque quem estava à frente do grupo que foi ao Planalto era um senador da oposição, nesse caso, o tucano Izalci. O governo Lula não diz abertamente que não quer o senador brasiliense liderando as negociações e aparecendo diante das câmeras. Pelo visto, o grupo vai ter que arrumar outro parlamentar para fazer essa ponte com o Planalto.
Ausência de parlamentares da bancada federal
O grupo que foi ao Palácio do Planalto era composto pelo senador Izalci, do PSDB, e pelos deputados distritais Wellington Luiz e Hermeto, do MDB, doutora Jane, do Agir, e Roosevelt Vilela, do PL. Eles ainda contaram com o apoio do secretário de Planejamento do GDF, Ney Ferraz. A ausência dos demais parlamentares da bancada do DF no Congresso foi um dos assuntos mais comentados nos bastidores e também nas delegacias e na caserna. A capital federal possui 11 parlamentares no legislativo federal, dos quais três são senadores e oito são deputados federais.
Gente que gosta de aparecer
Um dos poucos que atenderam este colunista para falar sobre o reajuste das forças de segurança do DF foi o deputado Alberto Fraga, do PL. Coronel da reserva da PMDF, Fraga sempre foi um defensor da segurança pública da capital federal. Questionado sobre a sua ausência no Palácio do Planalto, o deputado respondeu com veemência que não tinha o que fazer lá.
“Quem tem que conversar com os técnicos do governo federal são os técnicos do GDF. O que que a gente, deputado ou senador, vai fazer lá? Nada. Ir lá só para aparecer, eu não vou. Tem gente que gosta de aparecer e agora quer ganhar a paternidade do reajuste. Isso, pode ter certeza, que eu não faço. Eu prefiro atuar na articulação que foi o que eu fiz na quarta (na sessão conjunta do Congresso). Ficou acertado com o senador Randolfe Rodrigues e com o Carlos Zarattini, que inclusive estava se posicionando contra, o envio de um PLN e uma medida provisória. Esse é o trabalho que cabe ao parlamentar fazer e não querer ficar aparecendo”, afirmou Fraga.
CPMI do Congresso não interfere nas investigações da CLDF
Durante a abertura dos trabalhos da sessão da CPI da CLDF na última quinta (27), o presidente da comissão, deputado Chico Vigilante, do PT, aproveitou para tecer comentários sobre a criação de uma CPMI no Congresso para investigar os atos antidemocráticos. Para Vigilante, os trabalhos da comissão do legislativo federal não interferem em nada nas investigações que estão sendo conduzidas no âmbito da CLDF. O distrital ainda destacou que a CPI da Câmara Legislativa está bem adiantada, enquanto que no Congresso, a comissão ainda não tem nem as indicações dos nomes dos parlamentares que vão integrar o colegiado.
DF no centro das atenções
Com a criação da CPMI do Congresso, os deputados e senadores da base e oposição devem protagonizar confrontos em busca de defender os interesses políticos de cada lado. Uma das formas de evitar que tanto os apoiadores de Lula ou de Bolsonaro sejam expostos nas sessões da comissão será colocar o DF no centro das atenções. Pode anotar aí que quando eles perceberem que estão desgastando a imagem de seus grupos políticos, a capital federal e os atores daqui envolvidos nas investigações dos atos antidemocráticos se tornarão o foco da CPMI.
Secretárias em sintonia
Quem compareceu na solenidade de posse, na sexta (28), no Palácio do Buriti, dos novos 212 servidores que vão atuar nas Secretarias de Desenvolvimento Social, de Justiça e Cidadania, e da Mulher, viu o quanto as comandantes dessas três pastas estão em sintonia. As secretárias Ana Paula Marra, Marcela Passamani e Gisele Ferreira fizeram discursos parecidos para motivar os novos servidores. Ao final, elas ainda concederam entrevistas juntas demonstrando que a união tem feito a diferença dentro do GDF. Os três órgãos passaram por uma reestruturação no primeiro governo Ibaneis e agora começam a colher os resultados.
Trabalho reconhecido
Presente na solenidade de posse dos novos servidores, a primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha, que foi secretária de Desenvolvimento Social por mais de três anos do primeiro período de Ibaneis no Buriti, foi muito aplaudida. Mayara discursou e falou com propriedade sobre as mudanças e ações que foram realizadas durante a sua gestão. Ela lembrou que foi muito atacada e que não esmoreceu diante das críticas recebidas. A primeira-dama demonstrou que continua antenada e acompanhando todas as ações sociais do governo do maridão Ibaneis.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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