José Fernando Vilela 
Prisão de Bolsonaro acirra o clima de disputa eleitoral no DF para 2026
O Distrito Federal já vivia um clima de disputa antecipada para as eleições do ano que vem. Com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, no último sábado (22), a tensão subiu ainda mais. A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deixou aliados revoltados e adversários empolgados, um prato cheio para aumentar a polarização rumo a 2026.
Do lado dos apoiadores do ex-presidente, o discurso é de que Bolsonaro corre risco de vida devido ao seu estado de saúde. Ao longo do dia, parlamentares e influenciadores bolsonaristas bombaram nas redes sociais questionando a decisão de “Xandão” e reforçando que o ex-presidente deveria cumprir sua pena em “prisão domiciliar humanitária”, como pediu a defesa.
A entrada da Superintendência da PF em Brasília, onde fica a sala de Estado-Maior, atual local de detenção de Bolsonaro, virou ponto de romaria de aliados até a madrugada deste domingo (23).
Já os adversários não perderam tempo em celebrar a prisão. No X, no Instagram e em outras redes, sobrou deboche, ironia e até houve quem acusasse Bolsonaro de mentir sobre suas condições de saúde para fugir da cadeia.
A verdade é que a prisão preventiva acirrou completamente os ânimos. O que só ocorreria no ano eleitoral já foi antecipado e dificilmente arrefecerá antes de 4 de outubro de 2026, data do primeiro turno. Até lá, o cenário promete tensão contínua, com a esperança de que não ocorram excessos dos dois lados.
Agora, resta saber como o eleitorado vai processar esse momento. As próximas pesquisas devem mostrar como a população assimilou a prisão e de que forma isso impactará o tabuleiro político.
Esquerda brasiliense silencia após PF apontar vínculos do Banco Master com o Planalto e o PT
Quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Compliance Zero, na terça-feira (18), para investigar irregularidades cometidas pelo Banco Master, a esquerda brasiliense entrou em modo ataque total contra o BRB, uma das instituições lesadas. Alegaram falcatruas, envolveram o Governo do Distrito Federal e tentaram, mais uma vez, desgastar um dos símbolos do governo Ibaneis.
Com o afastamento do então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, os discursos inflamados tomaram conta da política local. Mas a empolgação durou pouco, dando lugar ao silêncio dos esquerdistas.
À medida que documentos da operação começaram a revelar que o Banco Master tinha um braço político ligado ao Planalto e ao PT, o ímpeto da turma do Lula foi murchando rapidamente.
Segundo a PF, Daniel Vorcaro, CEO do Master, desfrutava de total prestígio com o presidente petista graças a consultores estrelados como Guido Mantega, Henrique Meirelles e Ricardo Lewandowski, todos ligados ao banco e próximos de Lula. Consta que o encontro entre Lula e Vorcaro foi intermediado por Mantega, que também atua como conselheiro do presidente.
Outro ponto que derrubou o discurso da esquerda brasiliense foi a revelação de laços fortíssimos entre o Master e o PT da Bahia, especialmente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o senador Jaques Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues.
A narrativa perdeu força de vez quando se soube que Paulo Henrique Costa já colaborava com a PF desde setembro, assim que foram identificadas fraudes envolvendo títulos de créditos falsos do Master.
E, diferente do que ocorreu no fim do governo Rollemberg, quando toda a diretoria do BRB foi presa e o banco ficou praticamente três dias sem funcionar, desta vez não houve bloqueio de bens da instituição, apenas o afastamento cautelar de Paulo Henrique.
Agora, com as investigações mirando como o Master foi beneficiado pelo Planalto, pelo PT e por seus consultores de luxo, a esquerda fala em CPI apenas para criar palco eleitoral.
Se quiserem investigar de verdade, chamem Lula e companhia para explicar sua relação com Vorcaro. O povo merece saber. Afinal, pau que bate em Chico, bate em Francisco. Fiquemos vigilantes.
Evento do Avante no Congresso escancara que Gim e Arruda estão sem moral
Enquanto aliados juram que José Roberto Arruda e Gim Argello voltaram “imbatíveis” para 2026, o que se viu na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (19), durante a filiação e posse de Gim como presidente do Avante-DF, foi um fiasco.
Arruda e Gim chegaram acompanhados de meia dúzia de animadores de auditório tentando simular apoio popular. Quem observou de perto percebeu que a dupla está longe de ostentar a moral de antigamente. A recepção foi fria, apagada e constrangedora.
Pesquisas recentes mostram Arruda com apenas 20% das intenções de voto, pouco para quem se gaba diariamente de que “o povo clama pelo seu retorno”. Pelo visto, o combo de Gim & Arruda não desceu bem para o eleitorado.
E convenhamos: depois de tudo o que fizeram, só os loucos (e oportunistas) acreditam que a dupla está com moral elevada. Não há dinheiro suficiente para apagar o histórico dos dois. Quem vibra com a volta deles sonha apenas com o retorno do antigo esquema.
Convencer o eleitor, porém, é outra história, ainda mais quando as raposas já estão afiando o dente para voltar ao galinheiro. Dizem que numa eventual aliança composta pela dupla já tem nome: a chapa do ‘mensalão’ e do ‘petrolão’. O nome remete aos episódios que fizeram os dois irem parar na cadeia.
Traidores na mira do Buriti
Se existe algo valioso na política é a lealdade. Mas alguns espertalhões parecem ter esquecido disso. Antes mesmo de começar o período eleitoral, já tem gente com cargo no GDF fazendo campanha para adversários e achando que ninguém está vendo.
O Buriti acendeu a luz amarela para um grupo de traíras que anda posando com um pé em cada canoa. E não duvide: o Diário Oficial do DF deve vir recheado de exonerações a qualquer momento. A cada postagem, foto ou flagra em evento de adversário, a lista só cresce.
Na política, a traição tem preço e a fatura vai ser cobrada em breve.
Mistério da Semana
Qual parlamentar do DF tem assessores, lotados no Congresso e em órgão federal, declarando apoio ao pré-candidato adversário de Celina para 2026? Detalhe: o político posa de amigo fiel de Ibaneis e Celina em eventos oficiais. Qual é? Qual é? Qual é? Mistéééério…
*José Fernando Vilela é jornalista especializado em marketing político e eleitoral, com ampla experiência em órgãos públicos, entidades representativas e na iniciativa privada. Editor-chefe e colunista do Expressão Brasiliense, atua na cobertura e análise dos bastidores da política nacional e local. É apresentador do podcast Café Expressão no YouTube e do programa Fala Aí, na JK FM 102,7, aos sábados, a partir das 6h.
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