José Fernando Vilela 
Governo Lula segue sem investigar atos do dia 8 de janeiro
Já se passaram 42 dias que os ‘patriotários’ aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República em Brasília. Diante do que aconteceu naquele trágico 8 de janeiro, os tais atos, que eram para ser pacíficos, passou a ser apontado, principalmente pelos aliados do presidente Lula, de ser uma tentativa de golpe de estado com o apoio de militares vinculados ao governo anterior. Apesar das suspeitas, até agora o governo Lula tem se mantido inerte e a única coisa que se fez por lá foi trocar o comandante do Exército e c’est fini. Pelo visto, ninguém vai mover uma palha.
CPMI no Congresso a caminho
Como o governo Lula não quer investigar nada, os congressistas, principalmente os órfãos de Bolsonaro, estão colhendo assinaturas para instalar uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI). Eles usam como principal argumento a desculpa de que precisam identificar os responsáveis pelos atos do dia 8 de janeiro. No entanto, já se sabe que, se a CPMI vingar, o objetivo principal será acusar o governo petista de uma suposta omissão. Até o último dia 15, 30 senadores e 112 deputados já tinham assinado o requerimento. Para que a CPMI seja criada são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
Chico Vigilante descarta qualquer investigação contra o governo federal na CLDF
Aqui no DF, uma CPI foi criada, instalada e deu início aos trabalhos na Câmara Legislativa do DF (CLDF) para investigar os atos que ocorreram em Brasília nos dias 12 de dezembro do ano passado e 8 de janeiro. Contudo, o presidente da comissão, o distrital Chico Vigilante, do PT, já avisou que eles não vão averiguar e nem convocar ninguém do governo federal. Nos bastidores, o ti-ti-ti é que Chico garantiu à ‘companheirada’ que ele vai segurar as pontas na comissão e está todo mundo seguro.
Ibaneis diz que confia na Justiça e aguarda resultado com serenidade
Recolhido e mantendo a discrição desde que foi afastado do cargo de governador do DF, Ibaneis Rocha se manifestou no sábado (18) em suas redes sociais. O emedebista destacou que tem evitado se manifestar em respeito à Justiça e para não atrapalhar o curso das investigações. Ele declarou que “continuo aguardando com serenidade a conclusão de todo o processo, confiando na decisão final do Poder Judiciário”.
Atos públicos de apoiadores podem atrapalhar
Ibaneis aproveitou para pedir a seus apoiadores que não façam nenhum ato público a favor de seu retorno ao cargo. Ele chega a pedir para que “aguardem com paciência e calma” e justifica sua solicitação dizendo que os aliados também devem confiar e aguardar o esclarecimento dos fatos. “Tenho visto que algumas pessoas querem preparar atos públicos de apoio a mim, mas peço que não o façam, que confiem na Justiça como eu confio”, diz um dos trechos da postagem.
Em respeito à Justiça e para não atrapalhar o curso das investigações sobre os condenáveis atos verificados no dia 8 de janeiro, tenho evitado me manifestar. Continuo aguardando com serenidade a conclusão de todo o processo, confiando na decisão final do Poder Judiciário.
— Ibaneis Rocha (@IbaneisOficial) February 18, 2023
Senadores ajudam a saúde do DF destinando emendas para equipamentos
A destinação de recursos dos senadores Izalci Lucas, do PSDB, e Leila do Vôlei, do PDT, para a compra de equipamentos para a rede pública de saúde deu o que falar. O pessoal da saúde agradeceu. Parte da bancada do DF no Congresso ficou enciumada. As emendas da senadora Leila contemplou o Hospital de Base com 34 aparelhos de hemodiálise. Os recursos de Izalci foram destinados para a compra de 34 aparelhos de raio-x e vão equipar 10 hospitais da rede. Com certeza, quem mais gostou foi o usuário da rede pública de saúde.
Distritais também contribuem
Quem também se prontificou a ajudar a rede pública de saúde foram os deputados distritais. Os parlamentares oficializaram a promessa de destinar, cada um, o valor de R$ 1 milhão. A governadora em exercício do DF, Celina Leão, esteve na CLDF e os distritais confirmaram o repasse de R$ 24 milhões para ajudar a reduzir as filas das cirurgias eletivas. De acordo com a SES/DF, em torno de 30 mil pessoas estão aguardando para realizar algum tipo de procedimento cirúrgico.
Lucilene vai ter que fazer o dever de casa
Com todo esse aporte de recursos que estão sendo destinados para a saúde, quem vai ter que mostrar trabalho vai ser a médica Lucilene Florêncio. Ela está no cargo de secretária de Saúde do DF desde o ano passado. Porém, nos bastidores, sua atuação está começando a ser questionada. Fontes palacianas disseram para a coluna O Fino da Política que a ‘mainha’, como a médica foi apelidada pelos servidores, vai ter que fazer o dever de casa e apresentar resultados convincentes nos próximos meses. “Não tem mais desculpas. Dinheiro tem. O pessoal vai ter que mostrar trabalho. E rápido”, disse a fonte.
Fred Linhares esqueceu da PMDF e Bombeiros e tomou um pito de Celina
O deputado federal novato, Fred Linhares, do Republicanos, mostrou que chegou com moral na Câmara. Ele conseguiu aprovar requerimento para a realização de sessão solene em homenagem à Polícia Civil do DF (PCDF) pela elucidação da chacina que ocorreu no início do ano no DF, a qual dez pessoas da mesma família foram vítimas. O gesto do estreante é louvável e meritório, mas ao mesmo tempo controverso, pois a sua assessoria esqueceu que não foi só a PCDF que atuou no caso.
A governadora em exercício do DF, Celina Leão, do PP, que esteve rapidamente na cerimônia, elogiou a iniciativa do apresentador de TV, porém, passou um pito no deputado ao discursar na tribuna. Celina disse a ele que dá próxima vez ele lembrasse da Polícia Militar do DF (PMDF) e do Corpo de Bombeiros Militares do DF (CBMDF), que também ajudaram nas investigações. A atitude e falta de consideração por parte do deputado-apresentador com o pessoal da caserna pegou muito mal.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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