CPI da saúde na CLDF vai servir mais de palanque para a oposição atacar Ibaneis e Celina do que investigar alguma coisa e ajudar a população
O requerimento assinado por oito deputados distritais para instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do DF (CLDF) sob a justificativa de investigar possíveis falhas na rede pública de saúde no atendimento à população não passa de cortina de fumaça para esconder as reais intenções da oposição. O objetivo maior dessa CPI é transformar as reuniões em palanque para atacar o governador Ibaneis Rocha, do MDB, e a vice-governadora Celina Leão, do Progressistas, que é franca favorita na corrida ao Buriti em 2026. É fato e é notório que os serviços prestados à população na área da saúde, não só daqui, como de todo o Brasil, precisam de uma atenção maior. Não é à toa que quase 50% dos registros de atendimento na rede pública de saúde do DF são de pacientes do Entorno e de outros estados. Ou seja, o DF tem que dar conta dos pacientes daqui e de outras unidades federativas. Na verdade, para os opositores de Ibaneis e Celina, isso pouco importa. O que interessa é aproveitar a CPI para defenestrar a atual gestão e tentar diminuir a sua força para as eleições de 2026. A oposição não quer saber se o que está em jogo são as vidas das pessoas que necessitam da assistência pública e sim os seus próprios interesses eleitoreiros. Nos bastidores, o jogo já está desenhado. Os distritais dos partidos da esquerda vão com tudo para cima de Ibaneis e Celina. Entretanto, nos corredores da CLDF, assessores mais experientes comentam que essa vai ser mais uma CPI que vai acabar em pizza. Em suma, a oposição está em busca de ganhar holofotes para tentar se fortalecer para as próximas eleições. A narrativa da oposição de que quer investigar algo é só para inglês ver e alimentar o discurso de seus assessores e aliados.
Trairagem do Jorge
Apesar da CPI da saúde ter sido proposta inicialmente por distritais da oposição ao governo Ibaneis, o requerimento para instalação da comissão contou com a assinatura do deputado Jorge Vianna, do PSD, que é da base do governo. Com a justificativa de que é servidor da rede pública de saúde do DF e tem uma atuação voltada para o segmento, o deputado alega que não tinha muito o que fazer, pois sua base eleitoral é composta em sua maioria por profissionais da saúde, tanto do setor público como da iniciativa privada. Contudo, o gesto de Jorge Vianna não caiu bem no Palácio do Buriti. Ainda mais porque o parlamentar é detentor de uma carrada de indicações no GDF, em especial na Secretaria de Saúde. A trairagem do distrital pode gerar algumas perdas. Em meio a todo esse ti-ti-ti em torno da criação da CPI da saúde, os aliados de Jorge Vianna que ocupam cargos no GDF estão se sentindo acuados já que passam a ser considerados traidores, assim como seu mentor. A maioria dos cargos de chefias e direção nas unidades de saúde são ocupados por aliados de Jorge Vianna. Causa estranheza ver o distrital jogar para prejudicar seu próprio time. O caos na rede pública de saúde tem a marca da equipe do deputado-samuzeiro. Se Jorge não teve coragem para ajudar o Samu, que ele diz ser tão defensor, imagina o restante da Secretaria de Saúde.
A bola está com Wellington Luiz e a base aliada
Para ser instalada na CLDF, a CPI da saúde depende mais da boa vontade do presidente da Casa, deputado Wellington Luiz, do MDB, e dos distritais da base aliada do que da oposição. Atualmente, a CLDF tem outros três pedidos de instalação de CPIs na frente. De acordo com o regimento interno, a CLDF não pode ter mais de duas CPIs funcionando ao mesmo tempo. No momento, não há nenhuma. Porém, para que a CPI da saúde seja instalada na frente das outras, o regimento prevê que o requerimento seja assinado pela maioria dos distritais ou que o colégio de líderes delibere sobre a autorização. Portanto, a instalação da CPI depende agora do aval do presidente da CLDF e dos líderes partidários. Como o governo detém a maioria, o Buriti espera que a base faça a sua parte.
Insulto ao Congresso e apologia a maconha
Paralelo a polêmica da instalação da CPI da saúde, outro assunto relacionado aos distritais que deu o que falar foi a declaração dada pelo deputado Gabriel Magno, do PT, durante a marcha da maconha em Brasília. O distrital disse em cima do trio que a CLDF tem a bancada da maconha e que no Congresso Nacional havia traficantes e bandidos exercendo mandato. O 2º vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, do PL-RJ, divulgou vídeo nas redes sociais afirmando que vai processar Gabriel pelos insultos aos congressistas. Já o distrital Pastor Daniel de Castro, do Progressistas, acusa o colega de parlamento de fazer apologia a maconha. O deputado foi às redes sociais solicitar ao Ministério Público que investigue Gabriel Magno por suas declarações de apoio à legalização da maconha.
Falta pouco para o PSDB-DF mudar de direção e ingressar no projeto Celina 2026
Como antecipamos aqui na edição da coluna do dia 7 de março deste ano, a saída do senador Izalci Lucas do PSDB para o PL vai custar caro para o seu grupo político. Nos bastidores, especula-se que o comando do PSDB do DF deve ir para o atual secretário de Segurança Pública do DF, o delegado Sandro Avelar. Com isso, o filho do senador, Sérgio Izalci, deve deixar de ser presidente do diretório regional do partido. Além de Sandro Avelar, o PSDB do DF deve passar a ter em seus quadros a ex-vice-governadora Maria de Lourdes Abadia e o ex-conselheiro do TCU, Valmir Campelo. Caso a mudança na direção no tucanato brasiliense se confirme, a legenda deve integrar o projeto de reeleição de Celina Leão em 2026. A troca de comando no PSDB do DF está aguardando só a vinda de Marconi Perillo, atual presidente nacional da legenda, na capital federal para ser efetivada. Fala-se que primeiro haverá uma intervenção e depois a nova diretoria será nomeada. O grupo do senador Izalci deve pegar o rumo do PL ou ficar solto por aí. Muito se fala que Izalci está se preparando para deixar a vida pública e se aposentar. Já seus aliados mais saudosistas acreditam que ele vai passar o bastão para o ‘Serginho’ antes de sair de cena.
Damares e Michelle estão fechadas com a “Leoa” e não aceitam apoiar outro candidato do grupo Ibaneis ao GDF
O projeto Celina 2026 já conta com duas aliadas de peso: a senadora Damares Alves, do Republicanos-DF, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Esta semana estivemos com a senadora e ela reiterou o apoio dela e de Michelle para a “Leoa”. Damares destacou que Celina está preparada para governar o DF e revelou que ela e a ex-primeira-dama não vão apoiar outro candidato ao GDF do grupo Ibaneis que não seja a amiga progressista. “Nós já fizemos declarações públicas nesse sentido. Se nos apresentarem outro candidato, não vamos aceitar. A não ser que Celina me diga que não quer. Ai, a gente vai pensar se apoia ou não. Nós estamos fechadas com Celina para o GDF em 2026”, garantiu a senadora. “Eu não posso deixar de retribuir o que ela fez por mim em 2022. Se não fosse por ela, eu não seria senadora hoje”, reconhece Damares Alves.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.
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