• 19 de abril de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Com pendências na Justiça desde os tempos da Pandora, PO lança candidatura ao GDF

Com pendências na Justiça desde os tempos da Pandora, PO lança candidatura ao GDF

Foto: Reprodução/Google Imagens

O empresário e ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio, do PSD, anunciou, no começo da noite de sábado (30), que será candidato ao GDF. PO, como também é conhecido no meio político e empresarial, estava afastado da política desde quando a operação da Polícia Federal conhecida como Caixa Pandora foi deflagrada em 2009. Ele ainda possui pendências com a Justiça. Numa rápida pesquisa na internet, o nome do empresário aparece em mais de 100 processos, em alguns deles PO é acusado de cometer crimes como organização criminosa, corrupção, crimes contra a fé pública, falsidade ideológica, entre outros. A ficha de PO é extensa, o que deve dificultar o registro de sua candidatura caso seja mesmo escolhido por seus correligionários na convenção do PSD que está prevista para a próxima sexta (5).

Se o ex-vice-governador seguir em frente com esse projeto de concorrer ao GDF, ele terá dificuldades para entrar nesse pleito. Primeiro porque sua entrada na disputa vai comprometer os seus negócios. Algumas empresas de PO prestam serviço para o Poder Público e alguns de seus imóveis estão locados para o GDF. As cifras são milionárias. E segundo porque ele não tem apoio e nem força política para compor uma chapa competitiva.

Paulo Octávio pode ver as suas duas torres do jogo do xadrez político desabarem e dessa vez ficarem completamente em ruínas, sem a possibilidade de se reerguer. 

Viagem cara

O isolamento político de PO se deve pelo simples fato dele ter viajado no momento crucial das articulações e fechamento dos nomes da chapa ao GDF e ao Senado. Paulo Octávio estava na Suíça quando o grupo que estava integrado confirmou o nome de Ibaneis Rocha, do MDB, para concorrer à reeleição, Celina Leão, do Progressistas, para vice e a deputada Flávia Arruda, do PL, para o Senado. A ausência do dirigente do PSD cobrou seu preço e ele ficou de fora. Sem espaço no grupo, ele resolveu usar o vice de sua legenda, Virgílio Neto, para lançar seu nome no decorrer da semana e ontem ele confirmou a sua intenção de bater chapa contra Ibaneis.

Sondagem junto ao eleitor

PO bem que tentou esconder as suas reais intenções chegando a dizer que a afirmação de Virgílio Neto era só uma mera especulação e que nada seria definido antes da convenção regional do partido. Paralelo a essa movimentação do empresário, uma fonte da coluna foi entrevistada por instituto de pesquisa no qual o nome de Paulo Octávio aparece pela primeira vez na lista dos possíveis candidatos ao GDF. Quem encomendou?

Pediu para sair em 2010

Apesar desse seu desejo de querer ser governador, Paulo Octávio já sentou na cadeira número um do Palácio do Buriti. Em 2010, quando Arruda renunciou para escapar de uma inexorável cassação, PO não teve culhão para se segurar no posto e pediu para sair após 13 dias comandando o DF. Na época, o empresário ficou com medo de ir parar na cadeia e correr o risco de ser cassado pelo fato de seu nome aparecer nas acusações feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que incluíam imagens de um assessor direto recebendo dinheiro vivo.

Viu o sol nascer quadrado

Depois de sair de cena com a Caixa de Pandora, PO acabou se envolvendo num outro escândalo e foi preso acusado de participar de um esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás. Paulo Octávio viu o sol nascer quadrado por cinco dias.

Fogo de palha

Assim que a notícia da candidatura de PO correu a cidade, um empresário do DF, também bilionário, que estava jantando junto com um grupo de empresários fez questão de provocar os amigos: “PO não saí. Aposto com quem quiser”. E agora, PO? Nem mesmo o segmento que ele é um dos líderes acredita na sua candidatura.

Distritais do PSD mantém apoio a Ibaneis

Diante da especulação de que PO viria a se candidatar ao GDF, os distritais do PSD, Cláudio Abrantes e Robério Negreiros, correram lá no Buriti e reafirmaram o seu apoio a Ibaneis Rocha. Segundo interlocutores dos dois parlamentares, eles não estão dispostos a encarar aventuras e nem deixar sua base à deriva. Já o distrital Jorge Vianna entra para a lista dos traidores.

Ibaneis consolida sua chapa em convenção conjunta do MDB, PL e Progressistas

Foto: Reprodução/Google Imagens

A convenção conjunta promovida pelo MDB, PL e Progressistas, neste domingo (31), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, consolida, de uma vez por todas, a chapa majoritária do grupo político do governador Ibaneis Rocha. Os filiados das três siglas vão chancelar os nomes de Ibaneis, que encabeça a chapa ao GDF, da deputada Celina Leão para vice e da também deputada Flávia Arruda para o Senado. Vai ficar faltando apenas definir quem vai ocupar a primeira e segunda suplência da chapa ao Senado. A previsão é que elas sejam preenchidas por aliados dos demais partidos.

Maior aliança

Com a conclusão das convenções, as alianças partidárias estarão praticamente definidas. Nesse quesito, Ibaneis Rocha mostrou que sabe como se movimentar e articular nos bastidores. Ele e o conjunto de legendas que apoia sua candidatura vão compor a maior aliança entre todos os partidos que vão participar das eleições deste ano no DF. A coligação de Ibaneis hoje está composta pelo MDB, PL, Progressistas, Patriota, PTB, Solidariedade e Pros.

Novas adesões

Segundo fontes palacianas, Ibaneis Rocha ainda espera a adesão de outros partidos no decorrer da semana. A expectativa é que alguns dirigentes e pré-candidatos dessas outras siglas que ainda vão chegar participem da convenção deste domingo. O grupo de Ibaneis articula a chegada do Republicanos, do Avante, do Agir36 e do Brasil35. Segundo Ibaneis, as portas seguem abertas.

A palavra final do ‘menino-chorão’

Foto: Divulgação/Ag. Senado

Os holofotes dessa etapa final do prazo para a realização das convenções partidárias estarão voltados para o senador Reguffe, do União Brasil. O parlamentar deve dar um ponto final no mimimi se vai realmente concorrer ao GDF ou sair da política como ele anunciou em suas redes sociais ao manifestar a sua insatisfação com possíveis interferência da cúpula de seu partido na montagem de sua chapa. Esse chororô de Reguffe fez o senador ganhar o apelido entre seus aliados de ‘menino-chorão’. É bom o pessoal providenciar uma chupeta.

Lula ficou mais animado com Rafael Parente do que com Leandro Grass

Foto: Divulgação/PSB

O ex-presidente e candidato ao Planalto, Luis Inácio Lula da Silva, do PT, participou da convenção nacional do PSB na última sexta (29) em Brasília e os pessebistas confirmaram o nome do ex-governador de SP, Geraldo Alckmin, como vice do petista. O pré-candidato do PSB ao GDF, Rafael Parente, esteve no evento e se sentou junto com demais dirigentes no palanque junto com Lula. A impressão que ficou é que o petista está mais animado com a candidatura de Parente do que com a do distrital Leandro Grass, do PV, candidato da Federação Brasil da Esperança, que é composta pelo partido de Grass, o PT de Lula e o PCdoB.

Militância ainda não engoliu o violeiro

Pelo visto, não é só o ‘companheiro’ Lula que não comprou a ideia de apoiar Grass. A militância petista reclama até hoje do partido tem cedido a vaga para o distrital violeiro. A ‘companheirada’ tem dito pelos quatro cantos do DF que Leandro Grass é sem sal e não tem a cara da esquerda.

Novela Izalci x Belmontes termina na sexta

Foto: Reprodução/Google Imagens

A guerra travada entre o senador Izalci Lucas, do PSDB, e a deputada Paula Belmonte, do Cidadania, para ficar com o comando da Federação PSDB-Cidadania e definir quem vai concorrer ao que nas eleições de outubro já tem data para acabar. Com o impasse e a falta de entendimento entre os dois parlamentares, a cúpula nacional da federação decidiu intervir, avocou para si o comando dos trabalhos e marcou para sexta-feira (5 de agosto), último dia em que é permitido pela Justiça Eleitoral para realizar a convenção da federação e por um ponto final nessa novela. Nos bastidores, a vitória do senador Izalci já é dada como certa.

Damares Alves não quer mais saber do DF

Foto: Reprodução/Google Imagens

A ex-ministra Damares Alves, do Republicanos, não deve mais se envolver com as eleições do DF. Ela figurou como pré-candidata ao Senado da legenda até um encontro no Palácio do Planalto que recompôs a chapa de Ibaneis Rocha e tirou Damares da jogada a pedido do presidente Bolsonaro. Segundo fontes bolsonaristas, a ex-ministra vai entrar de cabeça na campanha do antigo chefe para ajudar a primeira-dama, Michele Bolsonaro, no trabalho de consolidação do apoio do segmento evangélico a Jair Bolsonaro. Essa falta de interesse de Damares Alves pela política brasiliense reforça o discurso de seus opositores de que ela caiu aqui de paraquedas.

Arapongagem em alta

Foto: Reprodução/Google Imagens

O episódio de espionagem revelado pela Veja envolvendo a deputada Flávia Arruda e um senador mineiro deixou políticos e autoridades do DF em alerta. O pessoal agora está com medo de ser vítima de arapongagem durante o período eleitoral, pois vale tudo para ganhar as eleições. É bom ficar atento já que muita coisa é descoberta quando se está sendo vigiado. Quem estiver pulando a cerca ou fazendo uso de produtos ilícitos que se cuide.

Frase do Fino

““Essa não é uma posição oficial do partido. Não tem nada decidido”, declaração de Paulo Octávio no dia 27 de julho sobre Virgílio Neto.

“O primeiro evento que venho depois disso é a homenagem ao deputado Jorge Viana. E Deus quis que as primeiras pessoas que pude comunicar que sou pré-candidato são vocês. A política tem simbolismos, compromissos e acordos”, declaração de PO no dia 30 de julho em reunião com o distrital Jorge Vianna.

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em Marketing Político e Eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.

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José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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