Aliança e divisão de cargos da mesa diretora e comissões garantem eleição de Wellington Luiz para presidência da CLDF
Com a aproximação da data de posse dos deputados distritais que vão integrar a nona legislatura da Câmara Legislativa do DF (CLDF), marcada para o dia 1º de janeiro de 2023, nos bastidores da política brasiliense, já se sabe quem vai ser o que na Casa de Leis distrital. O Fino da Política conversou com fontes próximas aos futuros legisladores e não é mais segredo para ninguém em Brasília que existe uma aliança firmada pela maioria em torno do nome do emedebista Wellington Luiz para presidir a CLDF no biênio 2023/2024.
Nessa composição política, a divisão dos cargos da mesa diretora e das presidências das comissões é o que garante o comando da CLDF para o ex-distrital. Segundo uma das fontes ouvidas, Wellington já tem 16 votos para vencer o pleito e goza da confiança do governador Ibaneis Rocha, que também é do MDB, além de ter uma ligação muito forte com a deputada federal e vice-governadora eleita, Celina Leão, do PP, o que o coloca em posição de vantagem em relação aos demais.
Nas articulações para construção da aliança, cada parlamentar manifestou o seu interesse e pelo o que a coluna apurou, há alguns ajustes em andamento para que no dia da posse tudo esteja pacificado e as eleições ocorram dentro dos conformes. Algumas presidências das comissões estão praticamente definidas.
PT na vice-presidência
Uma das certezas que se tem é que a vice-presidência da CLDF ficará com o PT. Quem vai ocupar o cargo será o ex-distrital Ricardo Vale, que retorna à Casa de Leis após ficar quatro anos de fora. Na atual legislatura, a vice-presidência é a responsável pelo Fascal, pela comunicação e pela área de TI. Especula-se que a comunicação deve voltar a ser vinculada à presidência.
Primeira-secretaria com Daniel de Castro
Outro cargo da mesa diretora que já é dado como definido é o de primeiro-secretário. Quem vai sentar na cadeira será o ex-administrador de Vicente Pires, Daniel de Castro, do PP. Na eleição anterior, ele ficou como suplente e optou em não assumir a vaga quando foi convocado durante a atual legislatura para ficar à frente das obras na região administrativa.
A estratégia do pastor Daniel foi mais que acertada. Neste ano, Daniel de Castro chegou chegando nas eleições e vai entrar na CLDF em 2023 com toda honra e toda glória.
Um liberal na segunda-secretaria
Já a segunda-secretaria da CLDF ficará a encargo do PL. O partido tem quatro deputados distritais e está sendo debatido quem vai ocupar representar a legenda na mesa diretora. Conforme a coluna apurou e confirmou com fontes, o distrital reeleito Roosevelt Vilela provavelmente será o indicado pelos liberais.
Martins Machado na mesa diretora
Quem fecha a lista de nomes da mesa diretora da CLDF é o republicano Martins Machado. O parlamentar vai para o seu segundo mandato e é o único representante do seu partido na CLDF. O distrital vai comandar a terceira-secretaria da Casa. Na legislatura atual, Martins Machado é o presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Novo comando da CCJ
Considerada a comissão mais importante de qualquer casa legislativa, a Comissão de Constituição e Justiça, mais conhecida como CCJ, terá um novo comando a partir de 2023. Nessa aliança firmada pela maioria ficou definido que o novato Thiago Manzoni, do PL, é quem vai presidir a CCJ. O distrital estreante sinaliza que sabe jogar o jogo.
Pedrosa fica com a CEOF
Outra comissão que é muito cobiçada é a de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF). Ela é a responsável por analisar projetos relacionados ao orçamento anual do DF, créditos adicionais e programas do GDF. Segundo as informações de bastidores, o deputado Eduardo Pedrosa, do União Brasil, vai herdar a comissão do veterano Agaciel Maia, do PL, que está de saída.
CAF com Hermeto
Responsável por analisar e deliberar sobre matérias voltadas que mexem diretamente com a vida da população, a Comissão de Assuntos Fundiários (CAF) é um outro colegiado importante dentro da estrutura organizacional da CLDF. No acordo firmado, a CAF vai ser comandada pelo distrital Hermeto, do MDB. O parlamentar vai permanecer como líder do governo na próxima legislatura.
Educação e CAS com a esquerda
Entre as comissões pleiteadas pelos distritais de esquerda estão a de Educação, Saúde e Cultura (Cesc) e de Assuntos Sociais (CAS). Os dois colegiados serão presididos por distritais novatos e com passagens por entidades representativas de suas categorias. A de Educação deverá ficar com o professor Gabriel Magno, do PT, e a CAS será comandada pela enfermeira Dayse Amarílio, do PSB.
Félix e Max contemplados
Os dois distritais do PSol também vão ser presidentes de comissões. O campeão de votos desta eleição na disputa à CLDF, o reeleito Fábio Félix vai continuar presidindo a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Já o novato Max Maciel ficará com a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana.
Chico vai continuar como o ‘vigilante’ do consumidor
Admirado por muitos de seus colegas por ter posições firmes e equilibradas, o distrital Chico Vigilante, do PT, deve continuar comandando a Comissão de Defesa do Consumidor. Chico é uma das vozes mais ativas no plenário e sempre defendeu os direitos dos consumidores ferrenhamente na CLDF.
Meio ambiente com Donizet ou Roriz Neto
Falta apenas definir qual dos outros dois distritais do PL, Daniel Donizet ou Joaquim Roriz Neto, vai ser o responsável pela Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo. Já está certo que a legenda é quem vai comandar a comissão.
Iolando pode jogar a toalha ou ficar sem nada
Apontado como o único concorrente de Wellington Luiz, o também emedebista Iolando parece que não fez um bom negócio ao se aliar a um pequeno grupo de parlamentares para tentar se cacifar no jogo. Há rumores de que ele possa jogar a toalha e não atrapalhar os planos de seu colega partido e não desagradar ainda mais o Executivo. Caso o distrital insista em querer bater chapa contra seu correligionário, é possível que ele fique com pires na mão e vai passar o primeiro biênio da próxima legislatura comendo churrasco grego.
Distritais do PSD ainda não se manifestaram
Nas contas e análises feitas pelos especialistas em CLDF, os dois distritais do PSD, Robério Negreiros e Jorge Vianna, ainda não manifestaram apoio a nenhum dos postulantes. A tendência é que fiquem com Wellington Luiz assim que Ibaneis Rocha entrar no circuito para definir a parada.
Votos voando
Pelas contas do grupo que apoia Wellington Luiz, o emedebista pode chegar a 19 votos caso eles consigam atrair os colegas que estão voando sem rumo. Uma das fontes sustentou para a coluna que o deputado Iolando tem apenas cinco votos contando com o dele. São eles: Jaqueline Silva e Dra. Jane Klébia, do Agir, Rogério Morro da Cruz, PMN, e Pepa, do PP. Vai ser difícil para o deputado Iolando encostar no seu colega.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.
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