• 19 de junho de 2025

SUPERSALÁRIOS NO BRASIL | Políticos e juízes podem receber até 66 vezes mais que a maioria dos brasileiros

Os salários de políticos e juízes superam em até 66 vezes a renda média do brasileiro, segundo o Índice de Disparidade Salarial (IDS) produzido pela Associação Livres, divulgado nesta quinta-feira (19).

O levantamento inédito cruza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE com a remuneração das autoridades do setor público nas esferas municipal, estadual e federal.

Os dados apontam para uma desigualdade estrutural do Estado brasileiro, reproduzida em todas as regiões e em todos os níveis de poder –Executivo, Legislativo e Judiciário.

Abismo

O abismo entre a remuneração dos representantes públicos e os ganhos dos cidadãos é ainda maior entre os membros do Judiciário, onde muitos deles gozam de salários acima do teto constitucional do funcionalismo com o uso de verbas indenizatórias.

Enquanto dezenas de milhões de brasileiros batalham para sobreviver com menos de dois salários mínimos por mês, em 2025, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou mais de 63 mil pagamentos acima de R$ 100 mil a membros do Judiciário, como juízes e desembargadores.

No âmbito federal, os magistrados dos tribunais superiores recebem salários brutos mensais na casa dos R$ 46 mil, enquanto juízes federais e procuradores da República têm vencimentos próximos ou acima de R$ 37 mil. A renda domiciliar per capita da população brasileira é de R$ 2.069.

“A disparidade social não é uma novidade no Brasil, mas quando fazemos um recorte e olhamos para os padrões de renda do nosso setor público, sobretudo para o alto escalão deste segmento, uma realidade alarmante vem à tona”, pontua Magno Karl, diretor executivo da Associação Livres.

Discrepância

O estudo mostra ainda que a discrepância de renda se acentua no topo do poder público. O presidente da República e os deputados federais ganham R$ 44.008,52 por mês. Nos Estados mais pobres, como Alagoas e Acre, isso representa entre 41 e 47 vezes a renda média local.

A disparidade entre elite política e população é mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste, onde a renda média é menor, no entanto, mesmo nas regiões mais ricas, como no Sudeste, a diferença permanece alta: o presidente e os parlamentares recebem, por exemplo, cerca de 20 vezes mais do que a média dos paulistas.

Um problema estrutural, não conjuntural

Os números levantados pela pesquisa colocam o Brasil entre os líderes globais em disparidade salarial entre representantes e representados. O estudo afirma, no entanto, que a concentração de renda, fragilidades fiscais e desigualdade histórica no Brasil não é um problema conjuntural, mas estrutural.

“A disparidade brasileira não é apenas uma consequência do subdesenvolvimento econômico ou da baixa renda da população — ela reflete uma estrutura de remuneração pública desajustada, marcada por privilégios históricos, falta de transparência e ausência de controle efetivo sobre reajustes salariais no alto escalão’, afirma o estudo.

Entre as recomendações do estudo estão a criação de um teto federativo proporcional à renda local, conselhos independentes para definição de salários, transparência integral sobre benefícios e a adoção do IDS como ferramenta oficial para monitoramento e controle institucional.

Com informações do Terra

Foto: Reprodução/Google Imagens

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