O confronto entre dirigentes de associações e cooperativas habitacionais e representantes de entidades que defendem o meio ambiente que aconteceu durante os debates do fórum sobre a Luos, na segunda-feira (26), na Câmara Legislativa do DF, já estava previsto a muitos anos. Faltava apenas um dos lados riscar o palito de fósforo e acender o pavio. Pois foi isso que aconteceu de fato.
Desde o PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial de 2007, o embate entre esses grupos vem se acirrando. De um lado, os ambientalistas querendo frear o crescimento urbano desordenado e do outro os líderes do movimento social por habitação do DF buscando garantir o direito à moradia previsto na Constituição Federal. Cada segmento tem suas razões e seus direitos cabendo ao Estado equilibrar os interesses e estabelecer o que melhor para o interesse coletivo.
A pancadaria que repercutiu a nível nacional não gera resultados, apenas afasta os que vão a esses encontros para dar a sua contribuição. O episódio reflete o que realmente somos, uma sociedade hipócrita formada por pessoas que visam apenas defender interesses obscuros. Nos dois grupos, há pessoas sérias como também há líderes que se escondem por de trás da pele de ovelha. No final das contas, são todas raposas velhas.
É bom o próximo governo ficar de olhos bem abertos, pois a briga de ontem é apenas o começo do que virá pela frente em relação ao uso e a ocupação do solo do DF.
Por José Fernando Vilela
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal