Expressão Brasiliense Há um ditado popular que diz que o “peixe morre pela boca”. Pois bem. As declarações dadas à imprensa pela deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania), de que servidoras e ex-servidoras do gabinete do também distrital Daniel Donizet (MDB) teriam que se submeter ao chamado “teste do sofá” para serem contratadas, podem agora custar-lhe o mandato parlamentar.
No último dia 22 de setembro, a Procuradoria-Geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) emitiu parecer a favor da admissibilidade de uma representação contra Paula Belmonte, protocolada por um grupo de mulheres que trabalham ou já trabalharam no gabinete de Daniel Donizet. Elas acusam a deputada de quebra de decoro parlamentar.
Algumas dessas colaboradoras são casadas, muitas são mães. Diante da repercussão na mídia, o grupo decidiu registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF (PCDF) contra Paula Belmonte por calúnia e difamação.
As servidoras e ex-servidoras alegam que as afirmações da deputada não têm qualquer comprovação factual e que configuram ofensa à integridade profissional e pessoal do grupo.
Outro ponto sensível destacado pelas mulheres é que muitas delas se tornaram alvo de piadas e comentários constrangedores nos corredores da CLDF, e algumas chegaram a ter problemas em seus relacionamentos.
Diante do constrangimento e da exposição pública, as mulheres afirmam que não restou alternativa senão lutar pela reparação de suas honras.
Agora, a dúvida é: os colegas de Paula Belmonte vão dar prosseguimento ao processo de cassação ou vão varrer a sujeira para debaixo do tapete?
O Expressão Brasiliense conversou com um dos integrantes da Mesa Diretora da CLDF, que pediu para não ser identificado, e manifestou repúdio às declarações da colega.
“A situação da deputada Paula Belmonte é delicada. Apesar de gozar de imunidade parlamentar para expressar seus pensamentos e ideais, o que ela fez foi gravíssimo”, pontuou o distrital.
O próximo passo cabe à Mesa Diretora da CLDF, onde Paula Belmonte ocupa a 2ª Vice-Presidência. O clima, porém, não é dos melhores entre os parlamentares.
Se optar pelo andamento do processo de cassação, Paula Belmonte corre o risco de perder o mandato. Já se os distritais resolverem abafar o caso, a CLDF abrirá precedentes perigosos, permitindo que outros façam acusações inverídicas e sem provas, além de alimentar o sentimento de injustiça dentro da Casa.
A bola, agora, está com a Mesa Diretora.
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