O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na sexta-feira (18) que o uso de tornozeleira eletrônica, imposta por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), não irá silenciar sua atuação política, nem no Brasil, nem no cenário internacional.
Em entrevista à agência Reuters, concedida na sede do PL, que também foi alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal na nova fase da operação do STF, Bolsonaro voltou a se posicionar como figura central da oposição ao governo Lula e defensor da retomada de relações estratégicas com os Estados Unidos.
“Eles querem me tirar do jogo político em 2026”, disse o ex-presidente, fazendo referência à próxima eleição presidencial. “Lula, sem mim, vence qualquer um.”
Encontro com Trump e críticas à proibição de contato com estrangeiros
Apesar de ter sido proibido pelo STF de manter contato com autoridades estrangeiras, Bolsonaro declarou que ainda deseja se reunir com o ex-presidente Donald Trump, que recentemente o classificou como “injustiçado” e “perseguido” em carta enviada após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA.
“Eu jamais vou dar conselho ao Trump. Quem sou eu? Eu respeito”, disse Bolsonaro, que estava sentado diante de dois objetos destacados: uma cópia da Constituição Federal e uma revista com Trump na capa.
Segundo Bolsonaro, sua relação com os EUA é um trunfo diplomático que poderia ser usado para renegociar tarifas, frear a influência da China na América Latina e combater a esquerda no Brasil.
Restrições do STF e críticas a Alexandre de Moraes
Ao comentar sobre a tornozeleira eletrônica, o ex-presidente chamou o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra ele no STF, de “ditador” e classificou a medida como uma “suprema humilhação”.
“Tenho 70 anos, fui presidente da República por quatro anos. Isso é covardia”, afirmou.
Bolsonaro também negou qualquer plano de deixar o país, mas disse que, caso tivesse o passaporte de volta — retido pela Polícia Federal desde 2024 —, viajaria para se reunir com autoridades americanas e discutir os impactos do tarifaço.
Relação com Trump e a preocupação com a China
Mesmo após o elogio público, Trump declarou à imprensa que Bolsonaro “não é como um amigo”, mas o ex-presidente brasileiro minimizou a fala e voltou a focar sua crítica na China.
“A China vem tomando conta do Brasil. Muitos acreditam que sou a pessoa que pode conter esse avanço, desde que eu tenha o apoio de um país com poder nuclear”, afirmou. “Que país seria esse? O do Norte?”, completou, em alusão aos Estados Unidos.
Com informações da Reuters
Foto: Reprodução/Google Imagens
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