Os negócios dos candidatos a governador e vice-governador da coligação DF para Todos, Paulo Octávio, do PSD, e Luis Felipe Belmonte, do PSC, geram dúvidas quanto à idoneidade de ambos.
Segundo fontes da Polícia Federal ouvidas pelo Expressão Brasiliense, o vice de PO, Luis Felipe Belmonte, está sendo investigado por ter repassado recursos para Jair Renan, filho ‘04’ de Jair Bolsonaro, a advogada Karina Kufa e o marqueteiro Sérgio Lima, os dois últimos prestam serviços para o presidente da República.
De acordo com as investigações da PF, Jair Renan recebeu R$ 9,5 mil de Belmonte. Karina Kufa, R$ 634 mil e Sérgio Lima, R$ 1,5 milhão. Esses repasses feitos pelo vice de PO só vieram à tona com a operação deflagrada a pedido do procurador Augusto Aras sobre os atos antidemocráticos contra o STF praticados por grupos de extrema direita, em que Luis Felipe Belmonte teve seu celular e computadores apreendidos.
No inquérito da PF, que está no STF sob a relatoria de Alexandre de Moraes, consta a troca de mensagens entre Belmonte e sua esposa, a deputada federal Paula Belmonte, do Cidadania, em que ela questiona o marido sobre o repasse efetuado para a advogada de Bolsonaro e para a empresa de Sérgio Lima.
Ao se explicar para a mulher, o vice de PO alegou que esses repasses seriam para ele se aproximar do Planalto e viabilizar o ‘projeto das terras indígenas’.
Para a PF, Luis Felipe Belmonte essa aproximação com o clã presidencial tinha como objetivo viabilizar a exploração da mineração, o famigerado garimpo, em terras indígenas no Alto Rio Negro, no Amazonas. O negócio tende a render alguns milhões caso seja regulamentado.
Outra conversa que está em posse da PF é entre Luis Felipe Belmonte e um líder indígena que apoia a garimpagem e concedeu até uma procuração para o vice de PO representar uma cooperativa de índios do Amazonas para tratar da regulamentação da mineração. Segundo a Polícia Federal, o índio pede a Belmonte na mensagem que ele não se esqueça de “alimentar minha conta bancária”.
Em entrevistas a sites de notícias, o vice de PO não nega que tenha efetuado os repasses. Para Karina, ele disse que os pagamentos eram sobre negócios realizados entre eles. E para o marqueteiro o dinheiro tratava-se de serviços contratados. Já para Jair Renan, o repasse foi para bancar a reforma do escritório do ’04’.
A advogada Karina Kufa confirma o recebimento dos valores para outra empresa, mas alegou ser referente a uma auditoria e que ela não tem relação profissional ou política com Belmonte.
Já Sérgio Lima apresenta uma versão diferente de Luis Felipe Belmonte e diz que trata-se de um negócio entre os dois que não prosperou.
Para o jornal Folha de S. Paulo, Luis Felipe Belmonte declarou que não vê problema em ter negócios com os indígenas para que eles possam explorar a mineração de suas terras.
A atuação de Belmonte no mundo dos negócios geram dúvidas sobre suas reais intenções em querer ser vice-governador do DF. Vai saber qual foi a negociação entre ele e PO em relação ao GDF.
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