Diante da queda de sua popularidade e a alta desaprovação de seu governo, não resta outra alternativa ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ainda sem partido, que não seja se entregar de corpo e alma às “raposas” do Centrão na tentativa de se manter no Palácio do Planalto por mais quatro anos.
Para quem se elegeu em 2018 com um discurso de renovação e combate à “Velha Política”, o presidente-capitão está mais para falastrão ou um verdadeiro bobo da corte.
Fontes palacianas disseram que as raposas felpudas dos partidos do Centrão morrem de rir dele por ter que botar o rabo entre as pernas, como fazem os cachorros, e voltar para o seu reduto, onde não passava de um deputado de baixo clero, para pedir socorro.
A anunciada futura filiação ao Partido Liberal (PL), partido comandado a mão de ferro por Valdemar Costa Neto e seus asseclas, prevista para o dia 22 deste mês, data que carrega um forte simbolismo por ser o número que é utilizado pela legenda nas urnas, retrata bem a situação do presidente perante as articulações políticas que ele fez de 2020 para cá. Ele está amarrado e sem saída.
Jair Bolsonaro não tem como ir para outra legenda que não seja do Centrão. Seus apoiadores de primeira hora não conseguiram parir o tal Aliança pelo Brasil, partido que se fosse criado poderia ajudá-lo a governar. Porém, nem mesmo todo o dinheiro do patrocinador da ideia, o suplente de senador, Luis Felipe Belmonte, viabilizou o tão desejado Aliança.
Sendo assim, não restou outra saída ao presidente do que escancarar as porteiras da Esplanada dos Ministérios para os partidos do Centrão com a desculpa que precisava governar. Atualmente, as legendas que integram o grupo tomam de conta dos seguintes ministérios: da Casa Civil (Ciro Nogueira – PP/PI), Secretaria de Governo (Flávia Arruda – PL-DF), das Comunicações (Fábio Faria – PSD/RN) e da Cidadania (João Roma – Republicanos-BA).
Além desses ministérios, o Centrão indicou seus apadrinhados para o segundo e terceiro escalão de outros órgãos da Esplanada e para presidir autarquias, fundações e empresas estatais, que possuem orçamentos robustos e ajudam na execução das emendas dos parlamentares. Eles ainda detém o comando da Câmara dos Deputados, com o deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, com Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Nos bastidores, muita gente fala que o próprio Bolsonaro diz que o Centrão é o coração e a alma do seu governo. E é verdade. Desde a chegada dos ministros do grupo ao Planalto que não se fala mais em impeachment e são poucos os parlamentares que reclamam de não ter seus pedidos atendidos.
Em síntese, o grupo de partidos que se formou lá em 1987 ainda quando se debatia a nova Constituição Federal se perpetua no poder, não importa a cor ou a ideologia. O Centrão é quem hoje manda no Brasil e Bolsonaro só ri e faz firulas perante às câmeras na porta do Alvorada.
Para quem pregava independência e dizia que faria diferente dos demais que sentaram na cadeira de presidente da República, Jair Messias Bolsonaro não passa de um ventríloquo controlado pelas raposas que tomaram conta do galinheiro. E se o galinho Bolsonaro inventar de cantar antes do dia amanhecer, as raposas chamam um outro galo, que já sabe qual a música que a banda toca, para subir no poleiro e fazer novamente suas peripécias.
Se Deus é brasileiro, como diz o ditado popular, que ele tenha piedade de nós, pois estamos na m… e o Centrão, pelo andar da carruagem, vai continuar mandando no nosso país, independente de quem vença as eleições presidenciais no ano que vem.
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