Que os atos de vandalismos que ocorreram na capital da República, nos dias 12 de dezembro do ano passado e 8 de janeiro deste ano, precisam e devem ser investigados a fundo para punir os culpados, isso é inquestionável.
Contudo, soa estranho a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do DF (CLDF) com o objetivo de promover uma investigação sobre aquilo que já está sendo investigado pelas autoridades que têm competência para tal, como as polícias Federal (PF) e Civil do DF (PCDF).
Assim que a notícia da escolha dos cargos-chaves da CPI se espalhou pela cidade, as reações negativas da população brasiliense foram diversas, principalmente nas redes sociais.
Na maioria das manifestações, os internautas demonstraram desconfiança quanto à credibilidade dos trabalhos que serão realizados. Muitos acusam os parlamentares de usarem a comissão para se autopromover e fazer politicagem.
Além da população, a CPI da CLDF também é vista com desconfiança pelo meio político. Na visão de analistas e observadores da política, essa CPI pode ser um tiro que vai sair pela culatra lá na frente.
Nos corredores da Casa, alguns assessores temem que os trabalhos da comissão venham a desgastar a imagem de seu deputado, justamente pelo fato da CPI não conseguir chegar a lugar algum.
Historicamente, as comissões que já foram realizadas pela CLDF não deram em nada. Apesar do recém-escolhido presidente do colegiado, o deputado Chico Vigilante, do PT, garantir que “ essa CPI não acabará em pizza”, as apostas nos bastidores é de que ela caia no esquecimento para favorecer os próprios parlamentares.
Antes do anúncio dos nomes do presidente, vice e relator, havia dúvidas se a CPI iria prosperar já que os distritais não conseguiam se entender. Como agora não tem mais volta, os deputados vão ter que pagar o preço do desgaste perante à opinião pública.
Resta saber se realmente eles vão conseguir investigar o que aconteceu em Brasília em dezembro e janeiro. Nesta quarta, dia 8 de fevereiro, completa 30 dias que os trágicos atos antidemocráticos foram debelados na região Central da capital do País.
Até o momento, somente oficiais da PMDF e algumas centenas de bolsonaristas que estavam no QG foram escolhidos como ‘bodes expiatórios’. Além deles, o governador Ibaneis Rocha, do MDB, foi afastado do cargo, sem comprovação de culpa, o que evidencia que há interesses por trás dessa ação de tirá-lo do comando. E um detalhe importante: ainda não se sabe quem financiou os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Há muitas suspeitas sobre a real intenção da CPI. Para os governistas, a oposição quer se valer do ocorrido para usar contra a atual gestão do GDF. Já a oposição, segue fazendo o que sabe fazer de melhor: jogar para a plateia.
No frigir dos ovos, a CPI da CLDF vai dar ao menos visibilidade para os distritais que vão integrar a comissão porque o seu resultado final, a gente já sabe de cor e salteado.
Vamos acompanhar os trabalhos da CPI porque a brasa já está quente no forno a lenha e é bom lembrar que pizza queimada ninguém engole.
Foto: Divulgação/CLDF
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