• 21 de fevereiro de 2025

COM BASE NO RELATÓRIO DA PF | PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado enquanto ainda estava no Planalto.

O processo seguirá para o Supremo Tribunal Federal (STF), que deve decidir se acata ou não as denúncias apresentadas por Paulo Gonet, procurador-geral da República, com base no relatório encaminhado pela Polícia Federal.

Bolsonaro foi acusado pela PF de chefiar a cúpula golpista que planejava as ações dentro do Palácio do Planalto. Para os investigadores, o ex-presidente tinha conhecimento e havia dado anuência para que o grupo executasse o suposto golpe de Estado.

Além de Bolsonaro, a Procuradoria denunciou os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

“A organização tinha por líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a Vice-Presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, afirma o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

“As investigações revelaram que JAIR MESSIAS BOLSONARO, para potencializar seu plano de enfraquecimento das instituições democráticas, cobrou do alto escalão de seu governo a multiplicação dos ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral”, ressaltou em outro trecho.

De acordo com as investigações, a organização, que contou com a participação de mais de 40 pessoas, atuou em seis áreas distintas no plano de golpe. Entre elas, a incitação às Forças Armadas e a tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral do país.

Entretanto, segundo a procuradoria, o núcleo duro do grupo golpista era comandado pelo ex-presidente e por seus principais aliados.

“JAIR MESSIAS BOLSONARO, junto com ALEXANDRE RODRIGUES RAMAGEM, ALMIR GARNIER SANTOS, ANDERSON GUSTAVO TORRES, AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA, PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA e WALTER SOUZA BRAGA NETTO, formaram o núcleo crucial da organização criminosa”, aponta o parecer da PGR.

Veja a lista completa de denunciados

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Rodrigues Ramagem
  3. Almir Garnier Santos
  4. Anderson Gustavo Torres
  5. Ângelo Martins Denicoli
  6. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  7. Bernardo Romão Correa Netto
  8. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  9. Cleverson Ney Magalhães
  10. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  11. Fabrício Moreira de Bastos
  12. Filipe Garcia Martins Pereira
  13. Fernando de Sousa Oliveira
  14. Giancarlo Gomes Rodrigues
  15. Guilherme Marques de Almeida
  16. Hélio Ferreira Lima
  17. Jair Messias Bolsonaro
  18. Marcelo Araújo Bormevet
  19. Marcelo Costa Câmara
  20. Márcio Nunes de Resende Júnior
  21. Mário Fernandes
  22. Marília Ferreira de Alencar
  23. Mauro César Barbosa Cid
  24. Nilton Diniz Rodrigues
  25. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  26. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  27. Rafael Martins de Oliveira
  28. Reginaldo Vieira de Abreu
  29. Rodrigo Bezerra de Azevedo
  30. Ronald Ferreira de Araújo Júnior
  31. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  32. Silvinei Vasques
  33. Walter Souza Braga Netto
  34. Wladimir Matos Soares

A denúncia da PGR, por exemplo, vai ao encontro da investigação da PF, que aponta a participação de Jair Bolsonaro na minuta do golpe. O documento foi apresentado às chefias das Forças Armadas em uma reunião no Palácio do Alvorada no dia 7 de dezembro de 2022.

Na ocasião, o chefe do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, se recusou a participar do plano, mas apontou o apoio do almirante Almir Garnier, comandante da Marinha, ao plano de decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O documento foi produzido pelo ex-assessor de Bolsonaro Filipe Garcia Martins e, de acordo com a PGR, ficou constatada as alterações feitas pelo próprio ex-presidente da República.

“As reuniões realizadas por JAIR MESSIAS BOLSONARO e seus aliados foram fundamentais para a estratégia de desinformação e para a tentativa de manter-se no poder de forma ilegítima.”, afirma a denúncia.

“O colaborador [Mauro Cid] relatou que JAIR BOLSONARO fez ajustes na minuta, removendo a previsão de prisão de Gilmar Mendes e Rodrigo Pacheco, mantendo apenas Alexandre de Moraes como alvo”​, apontou.

O que acontece agora

Com a denúncia da PGR, o processo retorna à Primeira Turma do STF, que deve decidir se aceita ou não o pedido do procurador-geral Paulo Gonet para tornar o ex-presidente e os outros suspeitos réus no inquérito. Ainda não há prazo para o julgamento.

Na sequência, devem começar os prazos para que os réus apresentem suas defesas, além de provas que contestem as alegações da PGR. A partir disso, o processo poderá ser julgado em definitivo.

Nos corredores do STF, assessores dos ministros acreditam que o julgamento de Bolsonaro deve acontecer ainda neste ano. A dúvida é se a análise definitiva ficará na Primeira Turma, comandada pelo relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, ou se seguirá para o plenário da Suprema Corte.

Com informações da Istoé

Foto: Reprodução/Google Imagens

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