• 8 de outubro de 2025

Fora do PL, Arruda namora Avante e PSDB e tenta dar o bote no Agir e PRD

Após o PL fechar as portas para seu projeto de candidatura ao GDF em 2026, o ex-governador José Roberto Arruda começou a se movimentar nos bastidores à procura de um partido que aceite apoiá-lo na tentativa de voltar ao lugar de onde foi catapultado — e de onde acabou indo parar no xilindró: o Palácio do Buriti.

Arruda tem sondado Avante, PSDB e PRD, legendas de médio porte, e tenta dar o bote no nanico Agir. As tratativas, claro, seguem bem ao estilo do ex-governador: por debaixo dos panos. Segundo aliados, a estratégia é só comunicar aos diretórios locais dessas siglas quando tudo estiver amarrado lá em cima.

A intenção de Arruda é montar uma aliança partidária que lhe garanta tempo de TV, rádio e acesso ao fundo eleitoral, o que, nas palavras de um aliado, serviria para “engabelar o Judiciário” e mascarar a dinheirama que pretende derramar até a campanha.

Dos quatro partidos na mira, três estão hoje alinhados ao grupo Ibaneis/Celina: PSDB, Agir e PRD. Já o Avante está à deriva desde a saída do ex-vice-governador Paco Britto.

Para mostrar que ainda tem força, alguns seguidores de Arruda já se preparam para ingressar nesses partidos assim que o ex-governador der a ordem. Teve até quem cuspiu no prato que comeu nos últimos anos para voltar a se sentar no colo de Arruda.

Mas nem tudo são flores no caminho do ex-governador, apesar do sorriso largo nas redes sociais e da vaidade e sede de vingança que lhe são peculiares.

Arruda ainda depende do Congresso Nacional derrubar os vetos de Lula às mudanças na Lei da Ficha Limpa, que hoje o tornam inelegível. Além disso, precisa se livrar da Justiça — ainda há processos pendentes que podem deixá-lo fora das urnas até 2034.

Apesar de garantir ao seu grupo que há um “complô para impedi-lo de voltar à política” e que os quatro partidos vão fechar com ele, o clima de insegurança é visível entre os arrudistas.

Situação de cada partido

PSDB

Com o orçamento mais robusto entre as quatro siglas no radar de Arruda, o PSDB conhece bem o ex-governador “de outros carnavais”. Foi no ninho tucano que ele iniciou a carreira e também onde se envolveu na famosa fraude do painel eletrônico do Senado, ao lado do falecido senador Antônio Carlos Magalhães, no processo de cassação de Luiz Estevão, que terminou com sua renúncia.

Hoje, o PSDB-DF é comandado pelo secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, aliado de Ibaneis Rocha e Celina Leão. Avelar pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e está organizando a nominata de candidatos para fortalecer o partido no DF. Segundo o TSE, a sigla terá que renovar seu diretório em novembro, e tudo indica que Sandro continuará no comando.

Mas Arruda, ao saber que o próximo presidente nacional dos tucanos será o deputado Aécio Neves (MG), tratou de sentar com o mineiro para negociar a rasteira que pretende aplicar no delegado Sandro. Segundo fontes arrudistas, os dois já “amarraram o bigode”.

PRD

Com um fundo eleitoral considerável, o PRD também entrou no radar de Arruda. Ele monitora a sigla de perto, já que o mandato do diretório local, comandado por Lucas Kontoyanis, expira no dia 30 deste mês. O PRD tem um deputado distrital e hoje integra a base de Ibaneis e Celina. Dificilmente o “Grego” largará o certo pelo duvidoso — e a tendência é que ele permaneça no comando da legenda e ao lado de Ibaneis e Celina

Outro fator que pesa para que o PRD passe a integrar o grupo de Arruda é que a legenda vai fazer parte de uma federação com Solidariedade, onde se encontra o ex-senador Reguffe, que disse com todas as letras ao Expressão Brasiliense que não há espaço para o ex-governador.   

Avante

Desde que o ex-vice-governador Paco Britto deixou a presidência, o Avante está à deriva. Nos bastidores, comenta-se que Arruda deve assumir o controle da sigla, ao menos temporariamente, até articular os demais partidos em torno de seu projeto.

O site do TSE mostra que o Avante-DF ainda tem pendências na prestação de contas de 2022, mas Arruda estaria disposto a assumir o pepino para dizer por aí que tem “um partido para chamar de seu”. A legenda tem um deputado distrital e ainda integra a base do governo. Será mesmo que vão aceitar que Arruda chegue sentando na janela ou a direção nacional prefere entregar a sigla de mãos beijadas para o ex-governador?

Agir

O nanico Agir, que elegeu duas deputadas em 2022, também entrou na lista de alvos de Arruda. No entanto, o partido hoje faz parte da base do governo Ibaneis. O ex-governador tenta tomar o comando via Executiva Nacional, mirando aliados da deputada distrital Jaqueline Silva, que, mesmo filiada ao MDB, é quem dá as cartas na legenda

Mais um blefe?

Nos bastidores, cresce a percepção de que Arruda está apenas criando narrativas para manter seus aliados animados até a campanha. Há quem diga que ele pode repetir o roteiro de 2014: manter-se candidato até os acréscimos e, na reta final, sair fora — mais um blefe para o currículo

Vamos ver qual será a próxima ‘suposta’ mentira de Arruda nas redes sociais. Afinal, quando violou o painel do Senado, o ex-governador garantiu com todas as letras que “não era mentiroso”. Que o diga o velho ACM onde quer que esteja.

Arruda vem tentando se mostrar que é o “Rei da Cocada Preta”, mas até agora só seus discípulos mais tresloucados caíram no conto do vigário.

Charge: Desenvolvida por IA


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