• 25 de abril de 2024

ARMAÇÃO CONTRA O GOVERNO | Bolsonaro admite que falou com Luis Miranda e diz que ele quer desgastar sua gestão

Em tom de retaliação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira (24) que determinou à Polícia Federal para abrir uma investigação do “prontuário” do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF). O parlamentar vai depor nesta sexta-feira (25), à CPI da Covid, ao lado do irmão Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, após dizer que avisou o Bolsonaro, em março, sobre um esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.

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“Isso aconteceu em março. Quatro meses depois, ele resolve falar para desgastar o governo. O que ele quer com isso?”, perguntou Bolsonaro em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

“Andou comigo de moto em Brasília. Esteve aqui conversando comigo. Eu abro as portas do Alvorada para todo mundo. De repente, o cara ‘vapt’. Vai ser apurado. Com toda certeza, quem buscou armar isso daí vai se dar mal”.

Eleito em 2018 na esteira do bolsonarismo, Miranda era apoiador de primeira hora do governo, mas agora virou inimigo.

Bolsonaro admitiu que conversou com o deputado, mas disse não ter acesso a tudo dos ministérios. “Nem posso ter”, destacou. O presidente também não deixou claro o que exatamente Miranda disse.

“Ele não falou nada de corrupção em andamento. Não tem nada. Passados quatro, cinco meses depois que ele conversou comigo – conversou sim, não vou negar isso aí -, não aconteceu nada. Não entrou no Brasil uma só dose de Covaxin. Não foi gasto um centavo com aquilo”, insistiu o presidente.

“Então, falar que ‘descobriu corrupção no governo‘ via esse deputado Luís Miranda aí, que veio dos Estados Unidos para cá, que tem um irmão envolvido nisso tudo, que estava lá dentro do ministério da Saúde, isso não tem cabimento”.

Bolsonaro também não explicou se pediu à Polícia Federal investigações sobre a acusação em si. Dirigentes da corporação ouvidos pela reportagem disseram que ele não encaminhou a denúncia.

“Determinei que a Polícia Federal investigue o caso desse deputado aí, que tem uma ficha, tem um prontuário, na verdade, bastante extenso”, afirmou.

Durante a live, Bolsonaro minimizou as suspeitas de superfaturamento envolvendo a Covaxin. “Que corrupção é essa, se não recebemos nenhuma dose?”, questionou.

O presidente disse que, ainda em março, auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) não viram indícios de sobrepreço na Covaxin.

“Por que 1.000%? Porque tem uma nota onde estava escrito lá ‘trezentas mil vacinas’. E faltava um zero. Na verdade, eram três milhões. Então, dá mais ou menos mil por cento a diferença. E o preço, a própria Covaxin disse, está de acordo com treze outros países que manifestaram intenção de comprar. Se tiver roubalheira no meu governo, em um ministério qualquer (…), a gente vai tomar as providências”, repetiu Bolsonaro.

Matéria adaptada da Agência Estadão Conteúdo

Foto: Reprodução Youtube Estadão

Expressão Brasiliense

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