A Anatel apresentou na quinta-feira (9) o novo Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos. A agência quer ampliar o combate à pirataria de TV por assinatura, e para isso irá bloquear o acesso aos endereços de IP de servidores que fornecem o conteúdo para aparelhos TV Box irregulares.
Não é nova a luta da Anatel contra a TV a gato. Por meio do Plano de Ação de Combate à Pirataria (PACP), 1,4 milhão de aparelhos TV Box sem homologação foram retirados do mercado brasileiro. As mercadorias foram apreendidas em conjunto com a Receita Federal e órgãos policiais.
No entanto, a Anatel reconhece que a apreensão dos equipamentos piratas diminuiu ao longo dos últimos meses, já que os produtos continuam sendo amplamente encontrados em lojas online e comércios populares.
Servidores piratas de TV terão IPs bloqueados
Nessa nova etapa, a Anatel irá combater os servidores que hospedam canais pagos sem autorização e fornecem o sinal de forma indevida. Para isso, a agência irá bloquear os endereços de IP, impedindo que as TV Box se conectem e reproduzam os canais pagos.
“Quando o consumidor perceber que aquela caixinha que ele pagou R$ 400 não abre mais o sinal de nada, ele vai parar de comprar [as TV Box piratas].
Nossa expectativa é que, inviabilizando o uso, o próprio consumidor perceba que é uma ‘furada’ comprar o equipamento.”
Carlos Baigorri, presidente da Anatel
Como a Anatel não consegue mais apreender equipamentos no mesmo ritmo de antes, bloquear o acesso aos servidores que fornecem IPTV pirata pode ser mais efetivo. Essa medida também pode afetar quem já possui um aparelho em casa; a Anatel estima que existem entre 5 a 7 milhões de domicílios com TV a gato no Brasil.
A Anatel também insiste que os TV Box pirata trazem risco à segurança cibernética, e afirma que encontrou backdoors e malwares embarcados em alguns dispositivos. Com isso, um equipamento poderia interceptar dados de dispositivos conectados à mesma rede e realizar ataques DDoS, prejudicando o funcionamento das redes de telecomunicações.
Em relação às ordens para bloqueio dos IPs, a Anatel irá solicitar o impedimento diretamente aos backbones de internet. Isso evita que a agência envie solicitações para cada um dos mais de 20 mil provedores de banda larga presentes no Brasil.
“A gente pode fazer o bloqueio em determinados níveis e hierarquias da rede. Nossa ideia é pedir o bloqueio nas hierarquias mais altas da rede, nos backbones regionais e nacionais. Em vez de envolver 20 mil operadoras, falaríamos apenas com dezenas de prestadoras.”
Hermano Barros Tercius, superintendente de Fiscalização da Anatel
A Anatel tem ciência de que os servidores piratas podem alterar o IP para driblar os bloqueios: “É um jogo de gato e rato, você tem que ficar descobrindo quais endereços estão usando e derrubar o IP em tempo real”, afirma Baigorri.
Vale ressaltar que os bloqueios afetam somente o IPTV ilegal. Existem diversos serviços legítimos que não infringem direitos autorais e comercializados oficialmente, como DGO, Claro TV+, Vivo Play e Guigo TV.
(TecnoBlog)
Foto: Reprodução/Google Imagens
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