Por José Fernando Vilela*
Com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República e a renovação de parte do Congresso Nacional, o sentimento de que uma nova política surgiria a partir de 2019, tomou conta de parte do Brasil. Porém, os ventos nem sempre sopram como esperado. Tudo pode mudar quando se senta na cadeira.
Já se sabe que teoria e prática são coisas bem diferentes, basta nos depararmos com a realidade que percebemos que nem tudo é o que parece ser e o que queremos e podemos fazer. As promessas de mudanças nas relações entre os poderes ainda não ocorreram. Os partidos e seus líderes continuam com práticas que só decepcionam o eleitor. O tal do toma lá dá cá que tanto se falou que ia acabar, pelo andar da carruagem, vai ter que prosseguir se o presidente Bolsonaro quiser fazer um bom governo.
Nessa semana, Jair Bolsonaro se reuniu com dirigentes partidários em busca de apoio para a reforma da Previdência e demais projetos de leis importantes para o governo. O presidente disse que as conversas foram boas, mas não houve pedidos de cargos. Como já citado um pouco acima, discurso é uma coisa, prática é outra. Bolsonaro vai ter que ceder se quiser destravar o seu governo.
O DEM, partido que comanda as duas casas no Congresso Nacional, tem muito espaço dentro do governo. Tem mais espaço até que o PSL, partido do presidente. Isso gerou um certo desconforto nos outros partidos, pois os Democratas não possuem uma bancada expressiva que possa garantir a governabilidade por si só.
Portanto, ou Jair Bolsonaro cede a sede por cargos das demais legendas ou vai continuar tendo embates no Congresso Nacional, ao ponto de poucos parlamentares saírem em defesa de seu governo ou ministros.
Não houve uma manifestação de apoio ao ministro Paulo Guedes no episódio do “Tigrão e Tchuchuca” por parte de parlamentares da base.
Já campo midiático, o jogo de interesses ainda é o mesmo. A chamada grande mídia vem batendo no governo, mas sabemos que se Bolsonaro abrir os cofres da publicidade governamental, tudo estará resolvido. Os títulos das matérias mudarão da água para o vinho num simples clique.
O Brasil, de fato, precisa mudar, porém, uma andorinha só não faz verão. Todos terão que contribuir.
José Fernando Vilela é jornalista, blogueiro e radialista.
Foto: Google Imagens.