Com a queda da seleção brasileira recentemente na Copa do Mundo da Rússia, os atletas saem de campo para dar lugar aos políticos. A mobilização nacional em torno de um dos maiores eventos esportivos do planeta desperta em todos, nós, brasileiros um sentimento patriótico de causar inveja a qualquer outra nação. Infelizmente, parece que é só nessa época que nos unimos, deixando de lado as nossas diferenças ideológicas, partidárias, religiosas e outras quaisquer.
Atualmente, vivemos num país governado por políticos que são acusados de corrupção e dos mais variados tipos de falcatruas e irregularidades. A máquina pública se tornou a máquina de fazer dinheiro para os corruptores. Entretanto, é válido destacar que os desvios de conduta e de recursos não são exclusividade somente dos políticos.
Ser corrupto não é só desviar dinheiro público ou obter vantagens por ocupar tal cargo. Ser corrupto é furar a fila do pão, furar a fila do banco, é não devolver o troco que recebeu errado, é tentar fugir de uma blitz por estar com o IPVA atrasado, é mentir para não ser descoberto, é sonegar o imposto devido, é não querer dar nota fiscal quando o cliente paga em dinheiro, enfim, tem muita coisa que fazemos e praticamos que também é um modo de corrupção. O tal do “jeitinho” muita das vezes encoberta esse tipo de ação.
Com a aproximação das eleições, é chegada a hora de iniciarmos um processo de reflexão e procurar escolher quem nos represente de maneira correta e eficaz. Temos que dar um basta e buscar conhecer quem são os concorrentes para nos gerir pelos próximos quatro anos. O nosso país está precisando de projetos e propostas que elevem a autoestima das pessoas e que traga de volta o crescimento e o desenvolvimento econômico.
O sentimento que tomou conta dos brasileiros é o de não ir votar ou votar em branco ou nulo. As pessoas estão descrentes com a política e com os políticos. O maior desafio desta eleição será convencer o eleitor a ir votar, mas para isso é preciso que se tenha projetos e propostas verdadeiras e concretas, nada de abstrato. Se somos capazes de nos unir para torcer para atletas milionários, por que não somos capazes de escolher representantes dignos e com a ficha limpa?
José Fernando Vilela é jornalista, blogueiro, radialista, pai, marido, filho, botafoguense e muitos outros atributos.
Foto: Google Imagens/Myrria