Por José Fernando Vilela*
É difícil ter que aceitar que somos obrigados a pagar milhões de reais para se fazer a segurança de um bandido só na Penitenciária Federal de Brasília. Desde que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, decidiu transferir Marcos Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC, para o presídio que fica nas redondezas da capital federal, em março de 2019, nós, moradores do DF, passamos a conviver com o medo de que a qualquer momento estaremos diante de uma guerra. E para deixar a coisa mais complicada ainda, a despesa para manter esse criminoso em terras brasilienses, foge do padrão. O governo federal está gastando muita grana para fazer a vigilância desse bandido que comanda a maior facção criminosa do país.
Na última sexta-feira (07), a pedido do ministro Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que determina que as Forças Armadas faça a segurança no perímetro externo da Penitenciária Federal. Agora, temos um tanque de guerra na porta do Complexo Penitenciário da Papuda, onde fica o presídio de segurança máxima em Brasília. Ou seja, é um gasto que o contribuinte tem que pagar.
A vinda de Marcola para Brasília vem gerando um desgaste na relação entre o governo federal e o governo do Distrito Federal. O governador Ibaneis Rocha (MDB) tem reclamado publicamente da forma que Sérgio Moro conduz a operação de vigilância de Marcola. Recentemente, o bandido foi levado ao Hospital de Base e uma megaoperação foi montada para levar o criminoso a unidade de saúde, sem o conhecimento do GDF. Nos bastidores, fala-se que Ibaneis considerou a atitude de Moro como uma afronta ao governo local querendo mostrar que está acima das autoridades da capital da República. Nesse ponto, Ibaneis Rocha está mais do que certo, pois deveria ter sido ao menos comunicado.
Ao mesmo tempo que Sérgio Moro quer mostrar que sabe o que está fazendo, ele vem deixando o grupo de Marcola fazer o que bem quer por aí. Recentemente, a Polícia Civil do DF teve que ir à São Paulo prender um dos líderes do PCC que planejava queimar ônibus em Brasília. Ou seja, estávamos prestes a conviver com o terrorismo que seria causado por eles. Nessa hora, onde estava a Polícia Federal que está sob a batuta de Sérgio Moro. Quer dizer que nessa hora a Polícia Civil de Ibaneis é parceira?
Ao mesmo tempo que vemos o enorme custo que se tem para que Marcola continue “guardado”, vemos que faltam recursos para a saúde e educação. A vida desse bandido vale mais que a de milhares de brasileiros que estão morrendo nas portas dos hospitais e de milhares de alunos que são obrigados a estudar em escolas de latão. Se a lei permitisse, tudo poderia ser resolvido com uma simples injeção letal ou uma cadeira elétrica para esse bandido.
*José Fernando Vilela é jornalista, blogueiro, colunista e editor do Expressão Brasiliense, filho, marido, pai, botafoguense e observador da política brasileira.