Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) o tarifaço de 50% imposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida afeta diretamente o comércio exterior e preocupa o setor produtivo nacional. Apesar de negociações em andamento, o governo Lula ainda não apresentou uma resposta concreta à ofensiva norte-americana.
As conversas entre Brasil e EUA vinham sendo conduzidas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que buscava evitar retaliações e abrir espaço para o diálogo. Alckmin chegou a se reunir com empresários, representantes da Casa Branca e executivos de big techs, debatendo temas como a regulamentação das redes sociais, cogitada como possível moeda de troca nas negociações.
A última tentativa de entendimento ocorreu em 29 de julho. Desde então, o Planalto mantém tom moderado, apesar de considerar medidas de reciprocidade. Nos bastidores, houve discussão sobre aplicar tarifas equivalentes a produtos americanos, mas o setor empresarial pressiona por cautela para evitar prejuízos maiores.
Itamaraty prepara resposta formal ao tarifaço dos EUA
Na terça-feira (5), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) — o Conselhão — o chanceler Mauro Vieira afirmou que o Brasil prepara uma resposta formal, com previsão de entrega até 18 de agosto.
Segundo Vieira, a medida dos EUA tem como base a Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana, que questiona práticas como o uso do Pix e políticas digitais brasileiras. “O Itamaraty está mobilizado e coordenando a resposta brasileira. Estamos abertos ao diálogo, mas questões de soberania não estão em negociação”, declarou o ministro, após encontro com o secretário de Estado americano Marco Rubio.
Governo estuda pacote para apoiar empresas afetadas
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou em entrevista coletiva que o presidente Lula deve anunciar um pacote de medidas emergenciais para apoiar os setores mais prejudicados pelo tarifaço. A estratégia, segundo ele, será técnica e cirúrgica, nos moldes do socorro ao Rio Grande do Sul após as enchentes.
Ceron destacou que o objetivo é oferecer crédito, suporte à exportação e financiamento para manter contratos e entregas no exterior. “Queremos agir com proporcionalidade e garantir que a economia brasileira não seja duramente afetada por essa medida unilateral dos EUA”, explicou.
Medidas contra empresas americanas seguem em análise
Embora o discurso oficial seja de moderação, ações mais duras contra os EUA seguem no radar do governo. Estão sendo avaliadas alternativas como:
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Suspensão de pagamentos de patentes farmacêuticas;
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Corte de repasses por direitos autorais ligados à indústria cultural;
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Adoção de taxas sobre big techs americanas (proposta arquivada temporariamente por razões diplomáticas).
Outra possibilidade é acionar a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso Nacional, que permite sanções a países que adotem medidas lesivas ao Brasil. No entanto, esse caminho perdeu força nos bastidores, e o governo Lula tem optado por manter diálogo aberto com Washington, apostando em uma solução negociada.
Com informações da Istoé
Foto: Reprodução/Google Imagens
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