Cerca de 1,5 mil italianos estão bloqueados no Brasil devido a restrições impostas por seu país de origem para conter a pandemia do novo coronavírus.
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Por meio de uma nota, o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Ricardo Merlo, disse ter enviado uma carta ao ministro da Saúde, Roberto Speranza, pedindo uma “solução adequada” para repatriar os viajantes “em segurança”.
Segundo Merlo, a situação é “urgente” e de “gravíssima dificuldade” para os italianos, que viajaram ao Brasil por motivos de trabalho, estudo ou familiares.
O governo proibiu até 15 de fevereiro a entrada na Itália de qualquer pessoa que tenha transitado pelo Brasil nos 14 dias anteriores à viagem. O motivo é a disseminação de uma variante do coronavírus Sars-CoV-2 surgida em Manaus (AM) e que teria maior poder de contágio.
No último dia 7 de fevereiro, um grupo no Facebook que reúne os italianos bloqueados no Brasil publicou uma carta aberta endereçada ao presidente da República, Sergio Mattarella, pedindo ajuda para resolver a questão.
O texto afirma que a proibição “vai contra as diretrizes da União Europeia, viola a Constituição italiana e o artigo 13” da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que determina que todas as pessoas têm direito de “deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a esse regressar”.
“Alguns casos são inclusive graves: crianças que arriscam perder o ano escolar, famílias separadas, pessoas afetadas por doenças e que precisam de remédios específicos e tratamento médico, pessoas ameaçadas de demissão se não voltarem ao trabalho”, diz a carta.
Segundo o texto, “deixar essas pessoas em um país de alto risco de contágio é um abandono cruel”. “No Brasil, elas realmente arriscam ser infectadas e depois perecer sob os problemas na saúde que agravam as condições do país”, acrescenta o apelo.
O grupo quer que o ministro Speranza abra uma exceção para residentes na Itália na proibição à entrada de pessoas provenientes do Brasil.
(Ansa – Brasil)
Foto: EPA / Ansa – Brasil