A aliança entre o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró, do MDB, e a deputada estadual, Dra. Zeli, do União Brasil, já não é mais a mesma. A parlamentar corre o risco de perder o mandato por ter pulado a cerca e trocado de partido por duas vezes orientada por Mossoró.
Eleita pelo PRTB, sigla que não atingiu a cláusula de barreira, Zeli tinha a opção de trocar de legenda sem infringir a legislação eleitoral. No entanto, a deputada ingressou primeiro no Solidariedade e logo depois foi para o União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado.
Toda essa movimentação da deputada, a mando de Pábio Mossoró, tinha como propósito construir o caminho para a sua candidatura a prefeita em 2024. A ida para o partido de Caiado visava garantir o comando do União em Valparaíso.
A meta do grupo capitaneado pelo prefeito era ter sob seus domínios mais uma sigla que faz parte da base caiadista, já que eles dão as cartas no MDB valparaisense, cuja legenda é dirigida em Goiás pelo vice-governador, Daniel Vilela.
No entanto, Pábio Mossoró e sua trupe não contavam com uma executiva nacional do Solidariedade disposta a reclamar pela vaga da deputada, uma vez que ela saiu do partido o qual se elegeu e se filiou à legenda. O diretório municipal do Solidariedade, que apoia Mossoró, até liberou a deputada a pular a cerca, mas o tiro saiu pela culatra e a Dra. Zeli está nas mãos da Justiça Eleitoral goiana, que terá que se manifestar sobre a ação movida pela executiva nacional.
Paralelo a essa disputa judicial, a Dra. Zeli chegou ao União Brasil acreditando que o projeto de sua candidatura à Prefeitura Municipal de Valparaíso de Goiás nas eleições do próximo ano estava começando a tomar forma. Com o tempo, a parlamentar foi vendo o seu mentor dando condições para outros postulantes dentro do grupo.
Hoje, o grupo do prefeito tem como pré-candidatos a deputada Zeli e mais dois secretários municipais de Valparaíso, Marcus Vinicius, que toca as obras, e Rudilene Alves, responsável pela pasta da educação.
Em meio a essas traições de Mossoró, a Dra. Zeli também fora informada que seu novo partido não iria ceder o comando do diretório municipal para o grupo. Fontes do Palácio das Esmeraldas disseram ao Expressão Brasiliense que o prefeito Pábio está com o “filme torrado” com o governador Caiado. Ele não gostou da indicação de Caroline Fleury para chefiar a Secretaria do Entorno do DF e também se estranhou com o presidente da Goinfra, Pedro Salles, que é muito próximo de Ronaldo Caiado.
Como a Dra. Zeli tem mandato até 2026 e Pábio Mossoró deverá deixar a prefeitura pela portas dos fundos, nos bastidores, os comentários dão conta que a deputada avalia não entrar na disputa municipal e deixar o mentor entrar na cova que ele mesmo vem cavando nos últimos anos.
Outro ponto importante é que a Dra. Zeli não pode perder o mandato. Para que isso não ocorra, ela tem buscado se aproximar ainda mais do grupo do governador Ronaldo Caiado. Fontes afirmam que está em curso junto à executiva nacional do Solidariedade uma articulação para acabar com essa disputa judicial e Zeli ficar tranquila na cadeira.
Em troca dessa ajuda, a parlamentar sabe que terá que amarrar seu burro em outra sombra. Em suma, a tendência é que a Dra. Zeli dê o troco em Mossoró e pule fora do barco antes que afunde por completo.
A cúpula do Palácio das Esmeraldas espera que a deputada Dra. Zeli, como retribuição, declare apoio ao candidato ou a candidata a prefeita do governador Caiado em Valparaíso, que tudo indica que seja a deputada federal, Lêda Borges, que está no PSDB ainda e quase foi para o União, mas não prosperou diante do ingresso de Zeli na legenda.
Se as previsões e articulações de bastidores se confirmarem, em 2024, Pábio Mossoró e seus cupinchas vão ser varridos da política valparaisense. E a Dra. Zeli vai só assistir de camarote a derrocada de seu ‘mentor-traidor’.
Foto: Reprodução/Google Imagens
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