Apesar da Justiça Eleitoral possuir seus mecanismos e regras para impedir que candidatos ficha-suja concorram a cargos eletivos, alguns deles conseguem registrar a sua candidatura enquanto seus processos criminais não sejam declarados como transitado em julgado. A cidade de Valparaíso de Goiás tem dois casos dessa natureza nas eleições deste ano.
O primeiro deles é o do ex-secretário de Infraestrutura e Obras da prefeitura, Marcus Vinicius, o Cinquentinha. Ele concorre ao cargo de prefeito com apoio de Pábio Mossoró, atual gestor da cidade.
Cinquentinha apresentou as certidões negativas exigidas pela Justiça Eleitoral para entrar na disputa. Nos documentos entregues ao TRE-GO, o eleitor verifica a informação de que nada consta contra o candidato.
O aliado do prefeito Pábio conseguiu registrar sua candidatura. Quando o questionam sobre suas traquinagens, Cinquentinha, sabiamente, diz ao cidadão que faça uma consulta na Justiça Eleitoral.
No entanto, a história é bem diferente conforme já divulgamos aqui. Numa ação civil pública nº 201700250997 movida pelo Ministério Público de Goiás desde 2012 contra o candidato, Cinquentinha é acusado de ter falsificado documentos para fraudar uma licitação e ser contratado irregularmente durante a gestão de Lêda Borges para prestar serviços advocatícios ao IPASVAL, órgão da prefeitura responsável pela previdência dos servidores do município.
O processo estava parado a um bom tempo, mas, em maio deste ano, voltou a tramitar e Cinquentinha pode ser condenado por improbidade administrativa a qualquer momento, condição que o impede de concorrer ao cargo de prefeito.
É por isso que Cinquentinha logo se apressou para pedir o registro de sua candidatura junto à Justiça Eleitoral, pois a condenação ainda não foi dada como transitada em julgado, que é quando não cabe mais recursos. Há rumores de que a Justiça vai julgar Cinquentinha antes das eleições.
O outro caso se trata do candidato a vereador pelo União Brasil, Sandro Aurélio Fonseca Machado, aliado de Cinquentinha. Assim como o candidato a prefeito, Sandro também apresentou as certidões negativas para efetuar o registro de candidatura dentro dos conforme.
Contudo, Sandro Aurélio é acusado de fazer parte de uma organização criminosa que aplicou golpes milionários em todo o território brasileiro. O candidato a vereador do União Brasil é um dos investigados pela Operação Ouro de Ofir, deflagrada pela Polícia Federal em 2017, que apura um esquema que deu um calote de R$ 2 bilhões em mais de 25 mil vítimas.
De acordo com o inquérito nº 0001456 -12.2017.403.6000 da PF, que o Expressão Brasiliense teve acesso por meio de fontes, Sandro se apresentava para as vítimas como parente de políticos influentes em Brasília como o ex-presidente José Sarney, o ex-ministro Henrique Meirelles, entre outros. A ideia era dar credibilidade ao crime milionário.
Conforme as investigações da Polícia Federal, a organização criminosa de Sandro enganava às vítimas dizendo que era detentora de uma mina de ouro e que precisava de investidores para poder comercializar o metal. Quem investisse receberia o dinheiro de volta mais a comissão da venda do ouro.
O candidato Sandro Aurélio era um dos que assinavam os falsos cheques que eram repassados às vítimas como garantia do investimento, pois eles continham o valor pago pelo então investidor mais a comissão.
O grupo do candidato a vereador pelo União é investigado por cometer crimes contra o erário público, estelionato, operações financeiras fraudulentas e negociação ilegal de títulos públicos.
Cadê a denúncia?
Por ora, nenhuma coligação, partido ou candidato apresentou nenhuma denúncia contra esses candidatos que estão sob investigação.
Se a Justiça Eleitoral não fizer nada, é possível que Cinquentinha e Sandro Aurélio cheguem a concorrer e tenham seus nomes nas urnas.
Tomara que alguém se atente aos riscos que a cidade está correndo com a possibilidade de colocar no poder pessoas que tem vínculo com organizações criminosas.
Fotos: Reprodução/DivulgaCandContas
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