Com o retorno do casal José Roberto e Flávia Arruda, ambos do PL, para o grupo do governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, legendas de pequeno e médio porte alegam nos bastidores que perderam espaço e visibilidade junto ao eleitorado. Se valendo desse argumento, o PMN anunciou a candidatura ao GDF do oficial da PMDF, tenente-coronel Moreno, durante a sua convenção partidária realizada no domingo (24).
Apesar do lançamento, a candidatura do tenente-coronel não foi homologada pela convenção. Os filiados ao partido delegaram ao presidente da legenda, Lucas Kontoyanis, e uma comitiva, a prerrogativa de decidir sobre o assunto até o prazo final para registro das candidaturas, dia 15 de agosto.
Nas eleições de 2018, Lucas Kontoyanis estava integrado ao núcleo de campanha do emedebista. Quando Ibaneis Rocha assumiu o governo, o grupo foi contemplado com cargos e tudo mais.
A atitude do PMN foi recebida com estranheza pelo núcleo duro do governo Ibaneis, pois o grupo do Lucas comanda a Secretaria de Atendimento à Comunidade desde o início da gestão até os dias de hoje.
A movimentação de Lucas Kontoyanis e seu grupo também é vista nos bastidores como uma espécie de “chantagem” por parte da cúpula da legenda visando cavar um espaço dentro da aliança governista.
“O Grego (como Lucas Kontoyanis também é conhecido no meio político) ainda não entendeu que o jeito de fazer política no DF mudou. Esse tipo de pressão não cola mais”, disse um interlocutor do grupo que apoia Ibaneis Rocha.
Em entrevista à imprensa, Kontoyanis sinalizou que “o PMN está aberto a outros partidos que desejam fazer coligação ou fazer parte conosco em alguma chapa”.
Pulando a cerca
Nos bastidores, os comentários entre lideranças políticas dão conta que o grupo capitaneado por Kontoyanis, foi se distanciando do governo Ibaneis ao longo dos anos apostando que outros nomes surgiriam na disputa ao GDF a ponto de desbancar o emedebista, como os ventos não sopraram a favor e já se tem conhecimento que eles sentaram com outros pré-candidatos, o grupo agora busca uma reaproximação.
Com o distanciamento por parte do grupo do Grego e as movimentações em prol de outros pré-candidatos, as relações se esfriaram. Um dos problemas que pode impedir essa união é que o PMN não tem o que oferecer para a coligação governista.
Porém, como o governador emedebista já indicou que as portas estão abertas a todos, talvez numa rodada de conversa as coisas se ajustem e Lucas Kontoyanis e seu grupo voltem a ser Ibaneis Rocha.
Parafraseando William Shakespeare: ser ou não ser? eis a questão. Com certeza, o príncipe Hamlet, personagem principal da peça de Shakespeare, não se arriscaria a embarcar numa aventura grega que pode comprometer o desempenho de seus súditos nas eleições.
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