Na reta final da janela partidária e da data-limite para filiações, as movimentações e articulações estão se intensificando. Nessa altura do campeonato, nenhum partido quer perder espaço e poder de influência no jogo político. Em meio a tudo isso, fontes disseram ao Expressão Brasiliense que está em curso a construção de uma aliança entre o PSD, MDB e União Brasil mirando o Palácio do Planalto.
Segundo uma das fontes, a articulação dessa composição partidária está sendo arquitetada por Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. O dirigente tenta convencer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a sair do PSDB e entrar para sua legenda para ser indicado pela sigla para a chapa única a ser formada pelas três agremiações partidárias.
Como o governador tucano está insatisfeito por não ter sido o escolhido para ser o pré-candidato do PSDB para a presidência da República, Gilberto Kassab está investindo pesado para cooptar Eduardo Leite e sentar à mesa com o MDB e União no intuito de apresentar quais são as vantagens em compor um projeto político com o PSD e não com os tucanos.
Do lado do MDB, a senadora Simone Tebet (MS) já é pré-candidata a presidente. No União Brasil, apesar de não haver manifestação pública nesse sentido, tem gente bancando que o próprio presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE), possa ser indicado para entrar nessa disputa.
Fontes ligadas ao MDB confirmaram que há essa movimentação nos bastidores. Segundo um interlocutor emedebista, o pré-candidato presidencial do PSDB, João Dória, que governar o estado de São Paulo e é considerada a maior vitrine política do país, não conseguiu emplacar e também não quer ceder o lugar para outro.
Na avaliação de estrategistas de campanha, Gilberto Kassab quer reposicionar o seu partido na mesa das articulações de alianças e sabe que se apresentar Eduardo Leite como pré-candidato do PSD ele consegue entrar no jogo e o PSDB vai acabar perdendo força.
No entanto, de acordo os sites e portais de notícias, as tratativas entre os tucanos, emedebistas e o União, estão num estágio bem avançado. Recentemente, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, fez declarações para jornalistas afirmando que a aliança dos três partidos já tem uma data para ser anunciada.
Com isso, os planos de Kassab têm data e hora marcada para saber se vai dar certo ou não. Se o PSD filiar Eduardo Leite até o dia 1º de abril (último dia do período da janela partidária), tudo leva a crer que uma nova frente pode estar surgindo. Resta saber se terá forças suficientes para quebrar a disputa polarizada entre Jair Bolsonaro, do PL, e Lula, do PT.
Como na política, a gente pode esperar um pouco de tudo, é possível que esses partidos se unam para formar uma coligação para a presidência, o que é permitido pela legislação eleitoral vigente, e como consequência vai impactar diretamente nas composições para as disputas nos governos estaduais.
Em tempo, se a articulação vingar em âmbito nacional, tanto de um lado quanto do outro, algumas alianças nos estados, que estão praticamente seladas, ficam comprometidas. Nesse caso, quem for encarar a eleição não tem mais como mudar de legenda e pode acabar tendo que pedir voto para seu adversário a contragosto. Ou, vai ter que esperar o próximo pleito.
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